
O ministro da Economia, Paulo Guedes, dono de empresas no exterior, as chamadas offshore, ignorou a convocação das comissões de Fiscalização Financeira e de Trabalho da Câmara dos Deputados. O depoimento com as aguardadas explicações sobre empresas mantidas em paraísos fiscais estava marcada para a última quarta-feira (12).
De acordo coma colunista Carla Araújo, do Uol, os advogados de Guedes enviaram aos deputados os mesmos documentos que foram apresentados à PGR e a Comissão de Ética Pública, em que o ministro afirma que não há irregularidades em ter mantido contas no exterior.
A Comissão de Fiscalização Financeira indica que pode se contentar apenas com a análise da documentação enviada pelo ministro. Mas a Comissão do Trabalho remarcou para o dia 16 o depoimento do ministro.
Agora, Guedes diz que estará em agenda com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Dubai na data do depoimento.
Por isso, no início da noite desta sexta-feira (12), o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Afonso Motta (PDT-RS), negou analisar apenas a documentação e remarcou o depoimento do ministro para o próximo dia 23.
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Porém, o governo articula com seus aliados o esquecimento do escândalo pelos parlamentares.
A alegação é que os documentos sobre o escândalo das offhores foram apresentados de forma voluntária pelo ministro de Bolsonaro.
Furar o teto ajudou Guedes
Ainda de acordo com a jornalista, as convocações de Guedes aconteceram em meio a uma crise política, que acabou culminando com a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara, depois que Guedes autorizou a manobra para furar o teto de gastos. O que deixo o clima ficou ‘ameno’ para Guedes.