
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) avalia, em live do Valor, que Bolsonaro tumultua a vida social e política do país objetivando ocultar ineficiências de sua gestão e, com isso, criar as condições para aplicar um golpe.
Flávio Dino, que está na linha de frente da oposição a Jair Bolsonaro, reforçou durante o bate-papo virtual com o jornal, na quarta-feira (6), que o presidente é “filho do ethos autoritário, e, se puder, dará um golpe”.
O maranhense, que teve carreira de juiz e antes e durante a pandemia ocupa papel de destaque nas costuras políticas com lideranças do Centrão, disse ver como espanto o comportamento hostil e sabotador de Bolsonaro em relação à agenda da pandemia.
“Ele objetiva, de fato, desviar a atenção nacional deste drama, drama concreto, de centenas, de milhares de mortos todos os dias, sofrimentos nos lares, dos profissionais de saúde”, lamentou.
Questões cruciais de lado
Dino acrescentou que essa postura de Bolsonaro coloca de lado questões administrativas cruciais, como a logística do pagamento do auxílio emergencial à população carente e informais, gerando filas intermináveis em frente a agências da Caixa Econômica Federal.
“Ninguém cuidou disso. Bolsonaro tem que se ocupar da sua responsabilidade. Ele quer se desviar, mas tem que tratar do coronavírus. Ele é sócio do coronavírus”, criticou.
Entretanto, o governador reconhece ainda a importância de se discutir os crimes comuns e de responsabilidade cometidos por Bolsonaro. Dino defende a apuração em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) de possíveis interferências e abuso de poder em relação ao caso que resultou na saída de Moro do governo.
Na conversa online, Dino também atualiza a situação da covid-19 em seu estado e, sem acusar o ministro Nelson Teich, nem seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, disse observar uma espécie de apagão de gestão no Ministério da Saúde, com lentidão de ações. Recentemente o Maranhão adotou “lockdown” (isolamento radical) na Região Metropolitana de São Luís.
A entrevista completa você pode acompanhar AQUI.
Com informações do Valor Econômico.