
No Dia Nacional da Consciência Negra, o portal Socialismo Criativo publica lista com dez indicações de filmes que ajudam na reflexão sobre o racismo e a discussão acerca da discriminação racial.
Na noite da quinta-feira (19), um homem negro, João Alberto Silveira Freitas (40), foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour no norte de Porto Alegre. O assassinato de Freitas se junta à dura realidade da persistência do racismo no Brasil. Infelizmente não há o que que comemorar neste 20 novembro.
Além das histórias que correm pelos nossos olhos todos os dias como o assassinato de João Alberto Silveira Freitas (40), há produções cinematográficas que são capazes de nos fazer enxergar como a discriminação e o racismo destrói vidas.
Até quando pessoas irão morrer simplesmente pela cor da pele?
Nesse cenário de desafios para o enfrentamento do racismo, recomendamos os seguintes filmes:
Amistad Steven Spielberg – 1998o

Baseado em um evento real, o filme relata a incrível história de um grupo de escravos africanos que se rebela e se apodera do controle do navio que os transporta e tenta retornar à sua terra de origem. Quando o navio, La Amistad, é aprisionado, esses escravos são levados para os Estados Unidos, onde são acusados de assassinato e são jogados em uma prisão à espera do seu destino. Uma empolgante batalha se inicia, o que capta o interesse de toda a nação e confronta os alicerces do sistema judiciário norte-americano. Entretanto, para os homens e mulheres sendo julgados, trata-se simplesmente de uma luta pelos diretos básicos de toda a humanidade: a liberdade.
Green Book (Amazon Prime), Peter Farrelly 2018

Vencedor do Oscar de Melhor Filme, a produção dirigida por Peter Farrelly se passa em 1962 e conta a história de Don Shirley (Mahershala Ali), um pianista famoso mundialmente que começa uma aventura pelo sul dos Estados Unidos para a sua turnê musical. Ele contrata Tony Lip (Viggo Mortensen) para ser seu motorista e segurança, e então os dois começam a enfrentar problemas em suas viagens devido à segregação racial.
12 Anos de Escravidão (Netflix), Steve McQueen 2013

Também vencedor do Oscar de Melhor Filme, 12 anos de Escravidão tem como cenário a vida de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um jovem livre e que vive com tranquilidade junto aos filhos e sua esposa no ano de 1841. A vida do rapaz muda completamente quando ele é sequestrado e vendido como um escravo.
Agosto Negro Samm Styles 2007

A curta vida do ativista condenado George Lester Jackson (Gary Dourdan, da série CSI) se torna o estopim para uma revolução, dando início a mais sangrenta rebelião ocorrida em toda a história do presídio de San Quentin. Agosto Negro narra a jornada espiritual e a violenta fé de Jackson, desde sua condenação por roubar 71 dólares de um posto de gasolina até galvanizar a Família Black Guerrilla com seu incendiário livro, criado a partir de cartas, Soledad Brother, ou espalhar ferocidade nos corredores de San Quentin em um dia de agosto, quando seu irmão mais novo, Jonathan, chocou o país ao fazer refém toda uma corte de justiça na Califórnia, em protesto pelo julgamento de Jackson. Para o militante George Jackson, a revolução não era uma escolha, mas uma necessidade.
O mordomo da Casa Branca (The Butler) (Amazon Prime), Lee Daniels 2013

Em 1926, Macon, Estados Unidos. O jovem Eugene Allen ((Forest Whitaker) vê seu pai ser morto sem piedade por Thomas Westfall (Alex Pettyfer), após estuprar a mãe do garoto. Percebendo o desespero do jovem e a gravidade do ato do filho, Annabeth Westfall (Vanessa Redgrave) decide transformá-lo em um criado de casa, ensinando-lhe boas maneiras e como servir os convidados. Eugene cresce e passa a trabalhar em um hotel ao deixar a fazenda onde cresceu. Sua vida dá uma grande guinada quando tem a oportunidade de trabalhar na Casa Branca, servindo o presidente do país, políticos e convidados que vão ao local. Entretanto, as exigências do trabalho causam problemas com Gloria (Oprah Winfrey), a esposa de Eugene, e também com seu filho Louis (David Oyelowo), que não aceita a passividade do pai diante dos maus tratos recebidos pela cor da sua pele.
What Happened, Miss Simone? (Netflix), Liz Garbus 2017

O documentário apesenta a vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos. Nina Simone era uma mulher que desejava liberdade, e foi atrás dela quando abertamente se colocou em meio à luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, durante a turbulenta década de 1960.
Corra! (Netflix), Daniel Kaluuya 2017

Um dos maiores sucessos de 2017, indicado ao Oscar na categoria de melhor filme, “Corra!” discute racismo de uma forma que começa sutil, com apenas aquele desconforto inicial de quem sabe o que é sofrer discriminação velada. A apreensão de Chris (Daniel Kaluuya) ao conhecer a família branca da namorada é compreensível, até mesmo esperada. Já seria uma boa demonstração de como negros são afetados pelo racismo se não tivesse todo o segredo pavoroso da família Armitage, mas, com a reviravolta, tudo fica ainda mais perturbador. Em “Corra!”, o diretor Peele aproveita a estrutura narrativa típica de filmes de terror e thrillers de suspense clássicos para criar uma das primeiras obras do gênero que tem o racismo como ponto central.
Branco sai, Preto fica (Netflix), Adirley Queirós 2015

No centro de tudo está uma noite de 1986 que não acabou: aquela em que a polícia reprimiu com violência um baile de black music na Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, deixando uma porção de feridos. A frase que dá título ao filme saiu da boca de um policial naquela noite fatídica. Os brancos podiam ir embora, os pretos ficavam para apanhar. O filme de Adirley Queirós é um manifesto das classes pobres sobre o estado do Brasil e se volta para a democracia racial.
Olhos que condenam – (Netflix) Ava Duvernay, 2019

Está minissérie retrata um dos casos mais emblemáticos da história real norte-americana que envolve a condenação e a prisão de cinco jovens negros do bairro do Harlem sob a falsa acusação de estupro de uma mulher no Central Park em 1989. Os questionamentos dos personagens, que ocorrem enquanto eles aguardam a primeira audiência do caso — exibida no segundo episódio –, servem para definir a principal temática e debate da produção: a invisibilidade dos jovens negros, que historicamente estão entre os que mais morrem e os mais encarcerados do mundo.
Mississipi em chamas Alan Parker, 1988

Quando um grupo de trabalhadores de direitos civis desaparecem em uma cidade pequena do Mississippi, os agentes do FBI Alan Ward e Rupert Anderson são enviados para investigar. As autoridades locais se recusam a cooperar e a comunidade afro-americana tem medo de ajudar. A situação se torna cada vez mais difícil e a abordagem direta é abandonada a favor de uma mais agressiva.
Da Redação