
Em acordo com os sindicatos de trabalhadores, oito montadoras de automóveis com fábrica no Brasil decidiram paralisar suas produções. O objetivo da medida é diminuir o número de pessoas em circulação nas ruas durante este período mais crítico da pandemia da Covid-19. Cerca de 30 mil funcionários ficarão em casa nas próximas duas semanas, em atenção à solicitação dos governos locais.
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Ainda na semana passada, a Volvo anunciou redução de 70% de suas atividades de produção. Em seguida, a Volkswagen resolveu interromper completamente esta frente de trabalho, assim como as montadoras de caminhões Mercedes-Benz e Scania. Na quarta-feira, foi a vez da Nissan do Brasil definir que estaria com a produção parada a partir desta sexta-feira (26) até o próximo dia 9 de abril.
Ontem (25), Toyota, Renault e Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciaram que, a partir da próxima segunda-feira (29), os trabalhadores não estarão mais nas linhas de produção e só voltarão ao trabalho em, aproximadamente, 10 dias.
Falta de peças
Outra preocupação do setor, que será tratada pelos gestores das fábricas durante o afastamento dos trabalhadores, é a falta de peças, em especial, os semi-condutores. A demora na entrega destes componentes vem ocorrendo desde o ano passado, pois muitas fabricantes interromperam a produção das peças durante a pandemia e ainda não conseguiram normalizar a demanda.
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Em nota, a fabricante GM Motors justificou aos seus grupos de interesse a demora na entrega dos automóveis comprados nos últimos meses.
“A cadeia de suprimentos da indústria automotiva na América do Sul tem sido impactada pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida que o esperado. Isso tem o potencial de afetar de forma temporária e parcial nosso cronograma de produção. Estamos neste momento trabalhando com fornecedores, sindicato e outros parceiros de negócios para mitigar os impactos gerados por esta situação.”
Preocupação com o vírus
Nas negociações os funcionários foram representados, em sua maioria, pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em entrevista ao canal da Rede TVT, o secretário-geral da entidade, Moisés Selerges, explicou que existe uma grande preocupação entre a categoria com a exposição ao vírus.
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“Na verdade, os trabalhadores reivindicam a saúde, poder viver. O sindicato vem acompanhando a questão da pandemia e, aqui na região, o sistema de saúde público e privado entrou em colapso nos leitos de enfermaria e UTI”, afirmou
Além dos afastamento, o sindicato também defende incentivos fiscais e apoio das montadoras ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ajuda na aceleração da campanha de vacinação.
“A lei diz que as empresas privadas podem comprar as vacinas e doar ao SUS até que os grupos prioritários sejam imunizados. Então, nós estamos pedindo para que as empresas também comprem as vacinas”, sugeriu Moisés.
Infelizmente a legislação aprovada, aonde a iniciativa privada poça adquirir vacinas, mas condiciona a entrega de 100% ao SUS, até que os grupos prioritários sejam imunizados e considerando a conjuntura da política de combate a pandemia por parte da União, poderia unir os sindicatos patronais e de trabalhadores, para que tal fato, pude-se considerar apenas 50% para o SUS e o restante para imunizar a força de trabalho de cada empresa, pois a autorização de negociação privada aceleraria a aquisição e reduziria a demanda no geral, por imunização e gasto governamental…