
Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informar, na manhã desta terça-feira (23), que aprovou o registro da vacina contra Covid fabricada pela Pfizer e BioNTech – o primeiro registro concedido fora do caráter emergencial –, socialistas foram às redes sociais cobrar a compra imediata do imunizante pelo governo federal.
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Há 33 dias com média móvel acima de mil mortes causadas pela Covid-19, deputados do PSB e outros partidos reforçaram a urgência da aquisição de doses da vacina. Na noite da segunda-feira (22), o Brasil registrou mais 716 mortes pela doença e mais 30.231 casos da doença, levando o país à marca das 247.276 mortes e a 10.197.531 pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia.
A média móvel de mortes da doença é de 1.055. Já são 33 dias seguidos de valor acima de mil, quando o maior período registrado era de 31 dias.
‘Vacina para todos’
“É ótima a notícia de que a Anvisa concedeu o registro definitivo para a vacina da Pfizer. Seria melhor ainda se o governo Bolsonaro não estivesse arrastando as negociações para comprar o imunizante há meses. Queremos vacina para todos e todas!”, destacou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
#VacinaJá
A mesma expectativa foi compartilhada pelo deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR). “Ótima notícia! Que isso possa significar mais vacinas para a população em um menor tempo possível. #VacinaSim #VacinaJá #VacinaParaTodosJá”, declarou o parlamentar, médico de formação.
É a vez do ministério da Saúde
A cobrança também partiu do deputado Denis Bezerra (PSB-CE). “BOA NOTÍCIA! A Anvisa acabou de aprovar o registro definitivo da vacina produzida pela Pfizer no Brasil. É o 1º imunizante contra a Covid-19 a obter a certificação de uso no nosso país! Agora, resta o MS assinar o contrato de venda para o Brasil começar a produzir mais doses!”, apontou.
Dever do Estado
Camilo Capiberibe recordou que é dever legal e moral do governo federal adquirir o máximo de doses pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “#Vacina da Pfizer-Biontech contra o #coronavírus é a 1ª com registro definitivo no Brasil. Mas o governo Bolsonaro não fechou compra. É dever legal e moral do governo federal adquirir o máximo de doses pelo #SUS e vacinar em massa para vencermos a #covid19”, frisou.
70 milhões de doses rejeitadas
Já o presidente do PSB na Paraíba, deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) recordou o escândalo – ou um deles – que revelou o descaso do governo federal com as vacinas. “A Anvisa concedeu hoje o registro definitivo à vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19, mas ela ainda não está disponível no país. Falta o Brasil ter acesso ao imunizante. O presidente e o ministro da Saúde recusaram a oferta de compra de 70 milhões de doses no ano passado”.
A política antivacina de Bolsonaro
Bira do Pindaré (PSB-MA) afirmou que o Brasil paga com a vida a irresponsabilidade de Bolsonaro com sua politica antivacina. “Um crime contra a saúde pública”, classificou.
Descaso patente
O descaso do Governo deu o tom também de falas de representantes de outras siglas. Candidato à prefeitura de São Paulo pelo PCdoB no pleito de 2020, o deputado Orlando Silva não poupou na reprimenda. “O problema é que a fabricante nos ofereceu milhões de doses no ano passado e Bolsonaro se negou a comprá-las. E continua impondo empecilhos ao acordo”, escreveu em sua conta no Twitter.
Sabotagem federal
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que Bolsonaro e Pazuello devem parar de incompetência e sabotagem. “O governo deve comprar todas as vacinas disponíveis para evitar mortes e superar o mais rapidamente a pandemia!”.
Henrique Fontana (PT-RS) foi sucinto, apesar de não ter economizado na ironia: “A difícil vida do brasileiro no Brasil de Bolsonaro”.
Crise da vacina x Cerco contra Pazuello
Investigado pela condução do enfrentamento da pandemia da Covid-19 e pressionado pela escassez de vacinas que já atinge a imunização em pelo menos nove capitais, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello apresentou, na semana passada, um cronograma de imunização que inclui a entrega de imunizantes ainda não contratados ou aprovados para uso no Brasil, como é o caso da Sputnik e da Covaxin, e ignorou atrasos, como a demora na chegada dos insumos para a produzir a Coronavac.
Sem planejamento e qualquer conexão com a realidade do país, o processo nacional de vacinação corre risco, enquanto o cerco se fecha sobre o general indicado por Bolsonaro para assumir a pasta central pelo controle da pandemia.