
Diversos deputados europeus viajarão ao Brasil para se encontrar com ex-presidente Lula (PT), no final de agosto, às vésperas do feriado de 7 de setembro. A vinda dos deputados europeus é para dar apoio ao sistema eleitoral do país e para escancarar inequivocamente o isolamento de Jair Bolsonaro (PL) no ataque às urnas eletrônicas.
Segundo Jamil Chade, do UOL, os parlamentares estarão no Brasil entre 26 e 29 de agosto e além de se encontrar com Lula, também terão agendas com a sociedade civil e ONGs.
A missão ao Brasil será liderada pela presidente do bloco Socialistas & Democrata dentro do Parlamento Europeu, Iratxe Garcia Pérez. A bancada é a segunda maior do Legislativo, 145 cadeiras. Também farão parte da delegação o vice-presidente do bloco progressista para Política Externa, Pedro Marques, além do co-presidente para a Assembleia Parlamentar Euro-América Latina, Javi Lopez.
O mesmo grupo foi responsável por receber, no ano passado, Lula no Parlamento Europeu. Garcia Pérez, na ocasião, já havia manifestado preocupação com a democracia brasileira. “Transmitimos ao presidente Lula o apoio incondicional do nosso grupo para o regresso da democracia e dignidade ao povo brasileiro nas eleições do próximo ano. A sua luta não é apenas crucial para a democracia brasileira, mas para todas as democracias em todo o mundo que estão ameaçadas pela ascensão do autoritarismo”.
Esforços para eleger Lula e Alckmin
Todos os esforços da campanha de Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin estão voltados para garantir uma vitória já no primeiro turno das eleições presidenciais.
A desistência de Luciano Bivar (União Brasil), anunciada neste domingo (31), e a possível saída de André Janones (Avante) da disputa presidencial demonstram essa movimentação nos bastidores para reduzir o número de candidaturas ao Palácio do Planalto e vencer logo no primeiro turno.
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Uma das principais motivações é que no primeiro turno o risco de um golpe contra a democracia por parte do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados seria menor.
Isso porque os bolsonaristas teriam que assumir que houve fraude nas eleições que elegeram governadores, senadores e deputados ligados ao atual presidente. Eles teriam que assumir que elegeram seus aliados em uma suposta “eleição fraudulenta”.
Porém, se houver segundo turno nas eleições presidenciais seria mais fácil por parte dos golpistas essa investida contra as urnas eletrônicas.
A pesquisa Datafolha já indica uma vitória da chapa Lula-Alckmin no primeiro turno, mas a campanha não desconsidera a possibilidade de a eleição chegar ao segundo turno contra Bolsonaro.
Apesar da desistência de Bivar, o União Brasil tem indicado que optará por uma posição de neutralidade isso porque há diferentes arranjos nos Estados. No entanto, o PT tem conversado com Bivar.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, também declarou acreditar ser fundamental uma vitória já no primeiro turno.
“Isso deve ser o esforço de todos nós. Não subestimar o adversário porque a campanha sequer começou e porque ele tem sido surpreendente nos últimos tempos”, afirmou Siqueira.
Na quinta-feira (04), Lula tem uma reunião marcada com o pré-candidato a presidência, André Janones. É esperado que ele desista da disputa e anuncie apoio ao petista. Os dois já haviam se reunido em julho.