
O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Sergio Etchegoyen, general de Exército da reserva, afirmou ao Valor Econômico não vê a democracia brasileira exposta a risco semelhante a invasão ao Capitólio americano por apoiadores do presidente Donald Trump.
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Para o general, os simpatizantes de perfil extremista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que atentaram abertamente contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado representam uma minoria barulhenta, mas sem poder de fogo.
“Dizer agora que a invasão do Capitólio é uma prévia do que pode acontecer aqui é antecipar o reforço a uma narrativa que hoje se opõe incondicionalmente ao governo Bolsonaro, é torcer pra isso acontecer, é trabalhar contra o país”, rechaçou.
Ex-ministro na gestão do presidente Michel Temer, ele ainda usou uma metáfora – “o Brasil já enfrentou até covid-48” – para explicar por que a democracia brasileira tem histórico de resistência.
O militar citou dois impeachments presidenciais, sucessivas crises econômicas internacionais, boicotes, crise do petróleo, e ressalta que em nenhum desses episódios recentes houve interferência dos militares. “Nunca os militares se manifestaram para corrigir para lá ou para cá”.
Para Etchegoyen, a estratégia executada por Trump de manipulação de seus apoiadores pelas redes sociais culminou no atentado ao Congresso americano, um feito que nos obriga a refletir sobre “por que isso ocorreu, e o que fizeram com as mídias sociais”.
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