
O deputado Luís Miranda (DEM-DF) chegou à CPI da Pandemia no Senado vestindo um colete à prova de balas e segurando uma bíblia e com cobertura massiva da imprensa. O parlamentar bolsonarista e o irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal.
Socialistas comentam impactos da CPI
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-DF), comenta que a cada dia mais indícios reforçam a suspeita de corrupção e superfaturamento no caso Covaxin envolvendo o governo Bolsonaro.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), praticamente desenhou a escândalo do momento que atinge o governo Bolsonaro.
Freixo também comentou que a denúncia de irregularidades na compra de vacinas Covaxin foi feita por um servidor público, assim como o esquema ilegal de Ricardo Salles com madeireiros . “Entendeu por que Bolsonaro quer fazer uma reforma administrativa para acabar com o concurso público?”, comentou.
O deputado federal Camilo Capiberibe também falou sobre a importância dos servidores públicos concursados.
Reações da esquerda nas redes
O colunista do Socialismo Criativo, Jones Manoel, comentou a foto expressiva da chegada do deputado Miranda.
O perfil de críticas ao presidente @jairmearrependi comentou sobre o design da apresentação preparada pelos irmãos Miranda.
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CPI vai investigar suspeita de corrupção
Luis Ricardo Miranda é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.
A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas, considerado elevado, em torno de R$ 80, e da participação de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. Em entrevista ao jornal O Globo, Luis Ricardo disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas. O governo nega qualquer irregularidade.
Leia também: Corrupção na compra da vacina Covaxin? Bolsonarista diz que sim
O requerimento convocando os depoentes foi do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à Polícia Federal proteção para os irmãos.
Em pronunciamento na quarta-feira (23), Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, atacou o deputado e anunciou processo administrativo disciplinar contra o servidor. “Deputado Luis Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também”, disse Onyx.
Ameaça de Onyx também será investigada
Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Onyx pode ter cometido crime previsto na Lei 1.579, de 1952, que regula o funcionamento das comissões parlamentares de inquérito — especificamente o inciso I do artigo 4º: “Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de comissão parlamentar de inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros”.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) defendeu Onyx, alegando não ter visto ataque específico à CPI. Eu não vi em momento nenhum ele ameaçando ou insinuando algo sobre a CPI. Cabe ao Luis Miranda buscar a Justiça para fazer o que é justo, mas não usar a CPI para ser intermediário.
O senador Jorginho Mello (PL-SC) defendeu o governo. “Não foi adquirido nada, não foi pago um real. Assim que soube [das suspeitas], o presidente da República determinou ao ministro [Eduardo] Pazuello que verificasse. Como não tinha nada de errado, a coisa continuou.”
Com informações Agência Senado