
As eleições municipais foram um fracasso para a consolidação do bolsonarismo e uma vitória para a democracia. Somente 1 dos 74 candidatos que disputaram por votos conservadores usando na urna o nome “Bolsonaro” foi eleito. E esse candidato é o próprio filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos).
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Renovando seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos conseguiu 71 mil votos válidos, o segundo com maior votação na cidade. Ainda assim, teve cerca de 35 mil votos a menos que em 2016, quando foi o campeão na capital do estado.
Quem ocupou o primeiro lugar na cidade neste ano foi o vereador Tarcísio Motta (PSOL), com 86,2 mil votos no meio de uma eleição com 32,7% de abstenções. Tarcísio obteve menos adesão do que em 2016, mas ultrapassar Carlos em mais de 15 mil votos se tornou uma vitória significativa da esquerda.
Rogéria Bolsonaro (Republicanos), mãe dos três filhos mais velhos do presidente, também se candidatou a vereadora no Rio. No entanto, obteve apenas 2.034 votos e ficou longe de conseguir se eleger, ocupando a 209ª posição.
Dos 74 candidatos que usaram o sobrenome do presidente, 72 concorreram ao cargo de vereador. Havia ainda dois que tentavam a prefeitura: Marcos Bolsonaro (PSL), em Jaboticabal (SP), e Osmar Bolsonaro (PP), em Várzea Paulista (SP). O estado com maior número de “Bolsonaros” foi São Paulo, com 20, seguido do Rio, com 6.
Nestas eleições, em cidades importantes, nenhum dos candidatos apoiados pelo presidente ou que buscaram se associar a ele conseguiram vencer. Dos sete indicados por Bolsonaro ao posto de prefeito, cinco não chegaram nem ao segundo turno.