
A situação econômica de 53% dos brasileiros piorou nos últimos meses, de acordo com pesquisa Datafolha. O período foi marcado por desaceleração econômica, crise hídrica e alta dos juros e da inflação.
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Considerando as pesquisas pelo Datafolha realizadas de 2015 a 2019 e também o levantamento mais recente, esse é o maior percentual registrado. A pergunta não constou dos levantamentos de 2020, após o início da pandemia.
Apenas 15% dos entrevistados respondeu que a situação das próprias finanças melhorou.
A pergunta foi feita durante o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) nas pesquisas de 2019, quando o resultado ficou em torno de 30%, e agora, de 13 a 15 de setembro de 2021.
O levantamento foi feito presencialmente, com 3.667 brasileiros em 190 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.
A avaliação negativa sobre as finanças do entrevistado cresce à medida em que é menor a renda. Na faixa até dois salários mínimos chega a 61% e fica em 34% naquela acima de dez mínimos, por exemplo.
A situação piorou nos últimos meses para 58% das mulheres e 47% dos homens; 46% dos evangélicos e 54% dos católicos. Por região, fica em 55% no Nordeste, 50% no Norte/Centro-Oeste e 52% no Sul e Sudeste.
Por ocupação, destaca-se o índice elevado entre desempregados que estão procurando emprego (76%). Os menores estão entre aposentados (43%) e empresários (31%).
75% dizem que Bolsonaro e Guedes são responsáveis pela inflação
Mais um recorte da pesquisa Datafolha, divulgado nesta segunda-feira (20), revela que a percepção de que Jair Bolsonaro (Sem partido) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, são os grandes responsáveis pela crise econômica que se aprofundou durante a pandemia da Covid-19.
Segundo o levantamento, 75% dos brasileiros acreditam que o governo tem responsabilidade pela inflação – que acumula alta de 9,6% nos últimos 12 meses, com estimativa do próprio Ministério da Economia de terminar 2021 em 8,4%.
De acordo com a pesquisa, realizada entre 13 e 15 de setembro – um mês depois que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 0,87%, o maior para agosto em 21 anos -, 41% acreditam que o governo tem muita responsabilidade na alta da inflação nos últimos meses.
Outros 34% acham que a equipe de Bolsonaro tem “um pouco de responsabilidade” – 23% dizem que o governo não teve responsabilidade e 2% não sabem.
Mesmo entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom, 30% dizem que o governo tem muita e 45% que tem alguma reponsabilidade pela inflação, somando os mesmos 75% do quadro geral.
Desemprego
Em relação ao desemprego, 71% avaliam que o governo tem responsabilidade – 39% (muita responsabilidade pelo problema), 32% (um pouco) e 27% (nenhuma responsabilidade).
Entre os que classificam o governo como ótimo ou bom, 19% acham que o governo tem muita responsabilidade e 39% que tem um pouco, totalizando 57%, abaixo da média geral (71%).
O Brasil fechou o segundo trimestre com 14,1% da população desempregada, com 14,4 milhões de brasileiros sem trabalho.
Com informações da Folha