
Pesquisa Datafolha realizada com eleitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife mostra queda na adesão à vacinação contra a Covid-19. O apoio à imunização obrigatória também enfraqueceu. As informações foram publicadas nesse sábado (7) em reportagem da Folha de S. Paulo.
Em comparação com levantamento do instituto feito em outubro, todas as capitais apresentaram redução no percentual dos que afirmam ter interesse em se imunizar. A taxa de recifenses que pretendem se vacinar caiu de 75% para 65% agora em novembro. No mesmo período, subiu de 20% para 30% a parcela dos que não pretendem tomar a vacina.
Tanto São Paulo (72%), quanto Belo Horizonte (74%) e Rio de Janeiro (73%) viram a taxa de adesão à vacinação recuar 7 pontos percentuais neste último mês. Enquanto isso, as taxas de recusa para a imunização alcançaram 23%, 21% e 24%, respectivamente.
A vacinação obrigatória também perdeu apoio, como mostra o Datafolha de novembro. No Rio de Janeiro, a taxa do que são favoráveis à imposição da imunização caiu 16 pontos percentuais, chegando em 61%. Em São Paulo, a queda foi de 72% para 58%; em Belo Horizonte de 76% para 62%; e em Recife, de 73% para 61%.
Mesmo assim, a fatia dos que pretendem se vacinar, uma vez que um imunizante seguro e eficaz esteja disponível, e dos favoráveis à obrigatoriedade da aplicação das doses ainda é majoritária.
O Datafolha ouviu 1.260 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 1.064 na fluminense, 868 na mineira e 924 na capital pernambucana, nos dias 3 e 4 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95% para todos os casos.
Vacina chinesa encontra maior resistência
Em meio à guerra política no entorno das vacinas protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador João Doria (PSDB), a vacina desenvolvida na China encontra maior resistência entre os entrevistados de todas as capitais, mostra o Datafolha.
A vacina chinesa recebeu menos confiança entre os eleitores do Recife, com 42% de aceitação, seguida de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ambas com 52%. Já a capital paulista é a que demonstra menos resistência, com 57%.
Os maiores índices de rejeição a uma vacina criada na China se concentram nos grupos que aprovam o governo Bolsonaro. Entre os cariocas, por exemplo, 68% dos apoiadores do presidente recusariam as doses chinesas.
Com informações da Folha de S. Paulo