
Morreu, na noite desta quarta-feira (21), o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), vítima da Covid-19. O parlamentar, de 83 anos, era um dos aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio e um dos principais críticos do isolamento social durante a pandemia. Ele estava internado desde o último dia 4 em um hospital do Rio e é o primeiro parlamentar federal a morrer por complicações causadas pela doença.
Deputado federal por nove mandatos consecutivos, Oliveira foi eleito senador em 2018 com 17% dos votos válidos, superando nomes tradicionais no Rio, como César Maia (DEM) e Lindbergh Farias (PT). Também disputou as eleições na chapa do então candidato a governador, Índio da Costa (PSD), mas teve na família Bolsonaro o principal apoio para chegar ao Senado.
Evangélico e fundador de um grupo de comunicação especializado em música gospel, o senador nasceu no município de São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. Foi integrante da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, e se formou engenheiro pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).
Entre as principais pautas defendidas pelo senador durante a campanha, estiveram a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, a redução da maioridade penal, redução do número de parlamentares, o movimento “Escola Sem Partido” e posições contrárias à legalização do aborto e das drogas.
Neste ano, o seu segundo como senador, Arolde de Oliveira fez coro à defesa do uso da hidroxicloroquina para tratar os pacientes infectados pela covid-19, ainda que não haja nenhum estudo que comprove a eficácia do medicamento contra o coronavírus.
“O tratamento da Covid-19 com cloroquina divide a opinião dos especialistas. Fico com a sugestão do uso do medicamento desde o início, como quer o presidente Jair Bolsonaro, além do isolamento social seletivo”, escreveu o senador em 10 de abril.
Ele também criticou, em diversas oportunidades, a atuação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, considerado “ilegal e inconstitucional”.
“Esse ato insano requer Garantia da Lei e da Ordem. Querem calar os conservadores. Temos que reagir”, publicou Oliveira em 27 de maio.
Arolde de Oliveira também criticou o isolamento social, defendido por cientistas e autoridades na contenção da pandemia, em post publicado em abril. “Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O presidente Jair Bolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início”, escreveu ele, na ocasião.
Mais recentemente, em agosto, o político usou o termo “covidão” para se referir à Covid-19 e questionar o total de óbitos em decorrência da doença no Brasil. “Efeito covidão? Total de óbitos de abril a julho em 2019, 437.433, e em 2020, 491.336, aumento de 53.903. Como se os inimigos do Brasil comemoraram 100.000 mortes só pelo vírus chinês? Acho que muita gente vai responder por crime de corrupção e até de homicídio. Aguardemos…”
A morte de Arolde de Oliveira foi anunciada pela assessoria do senador nas redes sociais. “Comunicamos que nesta noite (dia 21 de outubro) o Senhor Jesus recolheu para si nosso amado irmão, Senador Arolde de Oliveira. Falecido vítima de Covid e como consequência a falência dos órgãos. A família agradece o carinho e orações”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decretou luto oficial em homenagem à memória do senador “Infelizmente, mais um brasileiro perdeu a vida por consequência desse vírus que já ceifou mais de 150 mil pessoas do nosso País. Um dia triste para esta Casa. Um dia triste para os seus eleitores, admiradores, amigos e, especialmente, os seus familiares”, ressaltou.
Com informações do UOL e Estado de Minas