
A CPI da Pandemia do Senado começou a receber respostas de empresas, órgãos e entes públicos aos pedidos de informação protocolados por senadores nas últimas semanas. Entre eles, a Google Brasil enviou cerca de 200 gigabytes de arquivos relativos a vídeos de youtubers bolsonaristas que haviam sido retirados do ar. Os documentos foram classificados como sigilosos.
O apagamento em massa desses conteúdos foi noticiado pelo site do Congresso em Foco e motivaram a solicitação feita pelos senadores. O vídeos deletados continham discursos de defesa do chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19, sem eficácia comprovada, como o uso de cloroquina, além de mensagens de ataques a outros poderes da República.
O público não terá acesso aos vídeos entregues pela Google. Sabe-se que o requerimento aprovado na CPI, feita pelo senador Randolfe Rodrigues, (Rede/AP), vice-presidente da comissão, pedia “cópias dos vídeos listados, informações de registro, acesso, postagens, notificações de infração das regras da plataforma, data em que foram excluídos ou ocultados, eventuais valores monetários transferidos aos canais em decorrência dos referidos vídeos e demais dados pertinentes”.
Outro pedido feito pelo senador ao Ministério das Comunicações trouxe como resposta a negativa do órgão sobre qualquer vinculação com os produtores de conteúdo. A Secretaria de Comunicação da Presidência da República também negou vinculação com a produção do conteúdo.
“A Secom não é proprietária dos canais da plataforma YouTube relacionados ao objeto do presente Requerimento de Informações. Portanto, não é responsável pelo conteúdo publicado ou removido pelos seus respectivos proprietários”, respondeu a Secretaria de Publicidade e Promoção do Ministério das Comunicações.
“Sobre eventuais repasses de verbas públicas aos blogs listados no referido RI, não foram identificados registros de pagamentos realizados por esta Secretaria às agências de publicidade contratadas”, completou.
CPI recebe respostas a pedidos de informação
A CPI já recebeu retorno de outros órgãos e entes públicos a pedidos de informação de senadores aprovados nas últimas semanas. O governo do Distrito Federal, por exemplo, enviou documentação de mais de mil páginas à comissão sobre questões relativas ao enfrentamento da pandemia.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasem) enviou documentos sobre comunicações da entidade com o Ministério da Saúde, encaminhados ou recebidos, a respeito da crise de fornecimento de oxigênio aos estados.
Também foram recebidas documentações da Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul, e da Procuradoria da República sobre o município de Montes Claros (MG) e no Distrito Federal.
Também chegaram informações sobre os estados de Rondônia, Rio de Janeiro, Roraima, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo, além de alguns municípios.
Com informações do Congresso em Foco