
A CPI da Pandemia no Senado, na primeira sessão depois do retorno do recesso parlamentar, aprovou 129 dos 135 requerimentos que estavam na pauta. Os senadores decidiram quebrar os sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). O nome dele teria sido envolvido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um suposto esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin. A denúncia foi apresentada pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), que também teve os sigilos quebrados.
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CPI ouve suspeito de intermediar vacinas
Após deliberação sobre requerimentos, senadores começam a ouvir o reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” entre empresas que ofertavam vacinas e o governo federal. Ele chegou a ser convocado para depor antes do recesso parlamentar, mas apresentou um atestado médico, e o depoimento foi então adiado. O reverendo comparece munido por um habeas corpus.
A convocação do religioso atende pedido do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O senador lembra que o caso veio à tona no início de julho, quando o Jornal Nacional, da Rede Globo, mostrou e-mails em que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava o reverendo a comprar, por meio da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), 400 milhões de doses de vacinas contra a covid-19.
O depoimento de Amilton de Paula estava marcado anteriormente para o dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde. Ele apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado por perícia médica do Senado.
Recuperado, o reverendo comparece ao Senado munido de um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que autorizou o silêncio parcial de Amilton Gomes de Paula. O depoente não precisará responder questionamentos que possam incriminá-lo. Fux negou o pedido apresentado pela defesa de Amilton de não comparecer ou se retirar da sessão. Além da oitiva do reverendo Amilton, a CPI da Pandemia analisará uma série de requerimentos.
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Retirado requerimento para convocação Braga Netto
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a retirada de um requerimento dele que pedia a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Segundo o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, Netto teria convocado e conduzido encontro, no ano passado, em que foi discutida a edição de um decreto presidencial para mudar a bula da cloroquina. Alessandro anunciou que vai apresentar um novo requerimento de convocação de Braga Netto.
O objetivo, segundo o parlamentar, é deixar claro no pedido que o então ministro da Casa Civil coordenava as ações de vários ministérios que deveriam atuar no enfrentamento da pandemia. “Se esse cidadão não precisa ser ouvido numa CPI que investiga ações e omissões do governo federal, tenho dúvida de quem precisa”, disse Alessandro Vieira.
Líder do governo pede encerramento da CPI em setembro
Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) defendeu a elaboração de um plano de trabalho com previsão de encerramento da CPI até o fim de setembro. Segundo Bezerra, as linhas de investigação já estão bem delineadas e caberá à Polícia Federal e ao Ministério Público aprofundar as investigações. Prorrogada, a CPI pode funcionar até a primeira semana de novembro.
Com informações da Agência Senado