
A CPI da Pandemia no Senado pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um procurador destacado para auxiliar os senadores na investigação. O reforço atuaria, em especial, na análise de documentos e quebras de sigilo, enquanto avança nas investigações sobre a participação do Planalto na propagação de fake news sobre a pandemia. Além disso, a semana começa os senadores devem ouvir Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, sobre o caso Covaxin.
Leia também: CPI quer avançar em denúncia de propina de US$ 1 por dose
O procurador do Ministério Público Federal com dedicação exclusiva à CPI somaria aos trabalhos de outros órgãos que já auxiliam o colegiado, como a Polícia Federal, Receita Federal e Tribunal de Contas da União.
No documento, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pede que o procurador destacado seja Aldo de Campos Costa, integrante da assessoria técnica da Procuradoria-Geral da República (PGR) na área criminal, que atuou em casos como a investigação envolvendo os ataques do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) ao Supremo Tribunal Federal.
Apuração de fake news é outra linha de apuração da CPI
A cúpula da CPI da Pandemia avança, sem alarde, sobre outra linha de investigação para mapear quem está por trás da propagação de notícias falsas e qual a relação dos suspeitos com o governo. O alvo é o chamado “gabinete do ódio”, grupo supostamente ligado a Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos.
O “gabinete do ódio” seria responsável por gerar notícias falsas na pandemia, como o desestímulo ao uso de máscara e o incentivo ao tratamento com medicamentos ineficazes, como a cloroquina. Até agora, oito pessoas próximas ao presidente e ao seu entorno tiveram os sigilos telefônico e telemático quebrados pela comissão.
Senadores votam novas convocações
A semana da CPI promete novas revelações sobre os casos de compra de vacina. Na terça-feira (6), será ouvida a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, apontada como responsável por autorizar e fiscalizar a importação de 20 milhões de doses do imunizante indiano Covaxin, mesmo diante das divergências em relação ao contrato inicial.
Na quarta (7), será a vez de Roberto Dias, servidor exonerado do Ministério da Saúde, que seria a ligação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, no esquema de corrupção na compra da Covaxin. Também será ouvida Francieli Fontana, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Na pauta da reunião deliberativa da CPI desta terça, estão, ainda, requerimentos pedindo dados de Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, e de Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como vendedor de vacinas e afirmou ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina anti-covid em troca de contrato com o Ministério da Saúde.
Além disso, a CPI pode quebrar os sigilos dos deputados federais Ricardo Barros, apontado como articulador da propina na compra de vacina pelo MS, e de Luís Miranda, que denunciou o esquema fraudulento.
Com informações de O Globo e Folha