
Foto: Agência Brasil
Ao fim da primeira semana da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, o Ministério da Saúde publicou na última sexta-feira (7) portaria que mira recursos enviados pela pasta a estados e municípios para o combate à Covid-19. A medida também trata do processo administrativo que pode ser aberto por conta de eventuais irregularidades e de restituição aos cofres da União destes valores.
A medida de fiscalização foi publicada um dia depois do ministro Marcelo Queiroga comparecer à CPI da Pandemia, e encampa a narrativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que governadores e prefeitos estariam fazendo mau uso de verba enviada pelo governo federal no combate à pandemia.
Leia também: CPI da Pandemia: ‘Toda aglomeração deve ser dissuadida’, diz Queiroga
Aplicação de recursos
O texto deve colocar pressão em governadores e prefeitos que se valem de repasses da União para o combate à pandemia de Covid-19. A medida de fiscalização e controle de gastos entra em vigor em um momento em que Bolsonaro engrossa as críticas contra estados e municípios, que também possuem poder decisório sobre medidas sanitárias de combate ao coronavírus – muitas delas contrárias às preconizadas pelo presidente.
A portaria se destina à “identificação de aplicação irregular de recursos federais” vinculados a ações e serviços públicos de saúde transferidos para outros entes da federação. Ações que envolvam desvio de objeto (uso de recursos em operações finais diversas das acordadas), desvio de finalidade (para outros objetivos) ou que causem dano ao erário deverão ser informados imediatamente ao ministério pelas secretarias.
A proposta de fiscalização orientada pela portaria prevê também a inscrição do devedor no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), caso as instâncias administrativas se esgotem e o erário não tenha sido ressarcido.
Com informações do Congresso em Foco