
Senadores aliados ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que compõe a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia tentaram barrar a participação da bancada feminina no colegiado. Os governistas quiseram calar as senadoras durante o depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich nesta quarta-feira (5).
O argumento dos senadores da base governista é que não há previsão no Regimento Interno do Senado para garantir a participação das mulheres nos trabalhos do colegiado. Contudo, acordo entre os membros da comissão, na reunião de terça-feira (4) garantiu o direito de participação da bancada feminina na CPI.
A CPI da Pandemia investiga as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Além disso, está no escopo do trabalho do colegiado se debruçar sobre o uso de recursos federais repassados para estados, Distrito Federal e município para o enfretamento à crise sanitária .
Bancada feminina na CPI da Pandemia
Uma das integrantes da bancada feminina do Senado é a socialista Leila Barros (PSB-DF). Na terça, ela questionou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta durante o depoimento ao colegiado.
Nesta quarta, a representante do DF também acompanhou os trabalhos da CPI. A ex-atleta questionou Teich sobre a busca por “imunidade de rebanho”. O ex-ministro respondeu que essa estratégia fracassou em todos os lugares onde foi adotada, no início da pandemia. “Imunidade vem da vacinação, e só”, afirmou.
Confira a fala da senadora Leila Barros:
Sem mulheres na CPI
A comissão é composta por 11 titulares e sete suplentes – nenhuma senadora. A socialista Leila já havia se pronunciado na Casa sobre declarações de Flávio Bolsonaro durante a instalação da CPI, que acusou a bancada feminina de “não se empenhar” para integrar a comissão.
“Diferentemente de alguns, a Bancada Feminina não é negacionista. Nós acreditamos na ciência, no uso de máscaras, no distanciamento social e apoiamos as medidas de combate à pandemia. A bancada, apesar de ter cadeira entre os titulares e suplentes da CPI, acompanhará os trabalhos e atuará de forma permanente junto àquele Colegiado, mesmo que seja remotamente.”
Leila Barros
Agora, os governistas voltam a atacar as integrantes da bancada feminina, mas pelo motivo oposto. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) acusa as mulheres de quererem atacar o Bolsonaro. “O que se busca aqui é engrossar o coro daqueles que querem dar peia no presidente Bolsonaro”, provocou o senador.
Com informações da Agência Senado