
A CPI da Pandemia do Senado ouve neste momento o depoimento do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten. Ele presta esclarecimentos à comissão sobre o atraso na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde e as campanhas do governo federal em temas como isolamento social e “tratamento precoce”.
A convocação de Wajngarten atende a requerimentos dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Randolfe lembra que, em entrevista à revista Veja, o ex-secretário de Comunicação disse que o Ministério da Saúde teria sido o responsável “pelo atraso das vacinas”. “[Wajngarten] informa possuir e-mails, registros telefônicos, cópias de minutas do contrato, dentre outras provas para confirmar sua afirmação”, justifica.
Para Alessandro Vieira, o depoimento pode esclarecer “todas as questões de publicidade e comunicação oficial do governo” durante a pandemia. O parlamentar pretende explorar temas como “isolamento social, vacinação e emprego de medicamentos sem eficácia comprovada”.
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Médica nega apoio à alteração em bula de cloroquina
A médica Nise Yamagushi diz que o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, não falou a verdade na CPI da Pandemia ao dizer que ela apoiou a proposta de mudança da bula da cloroquina para que o remédio pudesse ser usado no tratamento da Covid-19.
“Em relação à declaração do presidente da Anvisa hoje à CPI da Covid-19, o exmo. Dr. Almirante Barra Torres, esta não representa a realidade”, afirma ela em nota enviada à Folha de S.Paulo. Os senadores já afirmaram que ela será convocada para depor e a médica se colou à disposição para prestar esclarecimentos.
Barra Torres confirmou informação dada à comissão na semana passada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, de acordo com quem um grupo de médicos propôs a Jair Bolsonaro que a bula da cloroquina fosse mudada por decreto. O diretor da Anvisa disse que chegou a reagir de forma “deselegante” com os médicos.
“Então, quando houve uma proposta de uma pessoa física fazer isso, isso me causou uma reação um pouco mais brusca. Eu disse: “Olha, isso não tem cabimento, isso não pode”. E a reunião, inclusive, nem durou muito mais depois disso”, disse o presidente da Anvisa.
Segundo Mandetta, um rascunho da medida chegou a ser apresentado a ele em uma reunião no Palácio do Planalto em que Nise também estaria.
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Com informações da Agência Senado e Folha de S.Paulo