
Levantamento feito pelo Hospital Albert Einstein constatou que a taxa de contaminação do novo coronavírus entre as crianças e adolescentes (17,6%) é maior do que entre adultos (13%). O estudo foi realizado com 153 alunos e 54 profissionais de educação que estão realizando aulas e atividades presenciais nesses seis meses de pandemia.
No começo da pandemia, o hospital criou um projeto para abrigar os filhos dos funcionários do hospital que não puderam trabalhar em home office. Um total de 313 alunos está desde março tendo aulas e atividades complementares no Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, que cedeu seu espaço para o Einstein. Segundo o estudo, dos 27 estudantes que tiveram diagnóstico positivo, 70% foram assintomáticos.
O Einstein também acompanha estagiários e residentes, com idade variando de 20 a 30 anos, que precisam realizar atividades presenciais. O índice de contaminação foi de 11,3%. Os dados são semelhantes ao levantamento realizado pela prefeitura de São Paulo, que mostrou uma taxa de 10,5% para essa faixa etária.
“Uma explicação para que nossos indicadores estejam nesse patamar é que as pessoas que estão na linha de frente, trabalham no hospital, se cuidam mais”, disse o médico Alexandre Holthausen.
Com o resultado, Holthausen, que é diretor acadêmico de ensino do Hospital Albert Einstein, defendeu o retorno às aulas presenciais. Em sua visão, as perdas acadêmicas e socioemocionais provocadas pelo isolamento por um período tão longo são enormes.
“A pergunta que as pessoas deveriam estar fazendo é o quanto o retorno às aulas presenciais aumenta o risco de contaminação. Nossa resposta é que não aumenta, adotando, claro, todos os critérios de segurança como uso de máscara e distanciamento social.”, afirmou.
Critérios de segurança
Como reforçado pelo estudo do hospital, os critérios de segurança foram essenciais para o baixo índice de contaminação entre alunos e professores. O que significa que, para uma reabertura segura das escolas, as secretarias teriam de garantir o distanciamento entre alunos, equipamentos de proteção individual, materiais de limpeza e higiene.
A única ajuda do governo federal para a compra desses materiais foi de R$ 454 milhões. O que representa representa pouco mais de R$ 10 por aluno, já que a rede pública tem cerca de 40 milhões de estudantes nas etapas da educação básica.
Com informações do Valor