Citada como exemplo de sucesso pelo presidente Jair Bolsonaro, epidemiologista responsável por modelo alerta sobre perigo de replica-lo no Brasil

Responsável pela controversa estratégia local de combate à pandemia do novo coronavírus, o epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, diz que não adotaria o mesmo método no Brasil.
“É preciso sempre adotar uma estratégia que leve em consideração as circunstâncias locais, em termos de população e de saúde pública”, afirma Tegnell em entrevista à BBC News Brasil na sede da Agência Nacional de Saúde Pública da Suécia.
A Suécia foi citada recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro como modelo a ser seguido, por não impor isolamento duro contra o novo coronavírus e manter aberta boa parte do comércio. No entanto, Tegnell alerta que é perigoso assumir que estratégia poderia ser replicada em outros países.
São vários os contrastes entre Brasil e Suécia. Entre eles está a polulação, que no país escandinavo atinge cerca de 10,2 milhões de habitantes, número menor do que muito estados brasileiros.
Além disso, a saúde do sueco é melhor do que a do brasileiro. A parcela da população com diabetes (6,9%) e obesidade (13%) é inferior à do Brasil (8,9% e 19,8%, respectivamente). Fatores que elevam o risco de pacientes com Covid-19 desenvolver sintomas mais graves.