
As clínicas particulares do Brasil só devem estar aptas a oferecer qualquer tipo de imunização contra a Covid-19 a partir de 2022. A previsão foi feita pelo presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (Abcvac), Geraldo Barbosa, na quarta-feira (2). A informação serviu de alerta para aqueles que cogitavam conseguir mais rapidamente uma vacina contra a Covid-19 por meio da rede privada.
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Barbosa falou ao jornal Valor Econômico, logo após uma reunião com representantes do laboratório Pfizer, cuja vacina começará a ser aplicada na população britânica nas próximas semanas. Segundo o presidente da entidade, a farmacêutica americana estaria preocupada com o fato de algumas clínicas brasileiras estarem sinalizando aos clientes que a vacina está próxima – o que está bem longe de ser verdade.
“Não há expectativa para que a rede privada receba qualquer vacina durante todo o ano de 2021”, afirmou o dirigente. Segundo ele, toda a produção mundial está dedicada ao pleno atendimento dos governos e que apenas uma improvável sobra de imunizante poderia ser absorvida pelas clínicas particulares. “Se, por acaso, a Pfizer não vier a atender governos no Brasil, ela vai atender governos de outros países antes de chegar ao setor privado”, explicou Barbosa, que diz concordar com essa decisão.
Vacinação da covid-19
Na última terça-feira (1º), o Ministério da Saúde anunciou que o plano de vacinação será inicialmente dividido em quatro etapas, sendo a primeira dedicada aos profissionais da saúde e às pessoas com mais de 75 anos. Em seguida, serão imunizadas pessoas com mais de 60 anos que vivem em asilos e abrigos, bem como as populações indígenas.
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Barbosa prefere não fazer uma projeção de quando a vacina contra a Covid-19 vai chegar ao restante da população adulta e também às crianças. Segundo ele, tudo vai depender da velocidade com a qual os grupos prioritários serão imunizados e isso, por sua vez, depende do volume da oferta efetiva de vacinas.
“Estamos ficando pra trás”
Esta semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também manifestou preocupação com a capacidade dos laboratórios envolvidos na formulação do imunizante entregarem os volumes necessários para o atendimento do conjunto da população. Ele destacou que duas ou três empresas teriam essa capacidade e que os números indicados até agora são “pífios”.
O representante das clínicas privadas não perdeu a oportunidade de criticar a postura do governo. Para Barbosa, a estratégia para a vacinação deveria estar bem mais adiantada. “Estamos ficando pra trás”, afirmou ele.
Com informações do Valor Econômico