
O Brasil registrou mais de 365 mil mortos por Covid-19 nesta quinta-feira (15), com 3.774 mortes em 24 horas. O país totaliza 13.758.093 de casos desde o início da pandemia, com 80.529 confirmados no último dia. Os estados que mais votaram em Jair Bolsonaro (sem partido) no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 são os que apresentam as maiores taxas de mortalidade pelo coronavírus.
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A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 2.952. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -2%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes da doença.
Já são 85 dias seguidos no Brasil com a média móvel de mortes acima da marca de mil; o país completa agora 30 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia; e já são 20 dias com a média acima da marca de 2,5 mil.
Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta quinta. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
Covid-19 mata mais em estados bolsonaristas
Estudo feito pelo Congresso em Foco mostra que os estados que mais votaram em Bolsonaro no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 são hoje os que apresentam as maiores taxas de mortalidade por Covid-19.
Naquele pleito, o presidente foi o mais votado nos 12 estados que lideram as estatísticas oficiais de óbitos do Ministério da Saúde, considerando o total de mortes por 100 mil registradas até o último dia 6 de abril. A lista é encabeçada por Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
A situação se repete em relação às unidades federativas com os menores coeficientes. O atual presidente perdeu a eleição em sete dos oito estados com os menores índices de mortes. Nesse caso, a liderança é dos estados do Maranhão, da Bahia e de Alagoas.
As 12 unidades federativas mais afetadas pela pandemia têm uma única característica geográfica comum. Nenhuma delas é do Nordeste, onde Fernando Haddad (PT) venceu no primeiro turno em oito dos nove estados e Ciro Gomes (PDT) foi o mais votado no Ceará. Entre os 12, há dois estados do Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), todos os quatro do Centro-Oeste (Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul), três do Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) e três do Norte (Amazonas, Rondônia e Roraima).
Portanto, a relação inclui desde regiões reconhecidamente mais bem servidas em termos de estrutura de saúde – como é o caso do Sudeste e do Sul – até áreas em que essas condições estruturais básicas estão ausentes (em especial, no Norte do país). Ela também não se distingue em termos econômicos ou populacionais. Abrange estados com grandes e pequenas populações, ricos ou não e de diferentes patamares sócio-educacionais.
Um dos autores do estudo, o economista e cientista político Ricardo Braga aponta que onde Bolsonaro foi mais votado, os governadores, em geral, pensam como ele.
“Onde Bolsonaro foi mais votado, foram eleitos em geral governadores que pensam e agem de forma mais parecida com ele, inclusive em relação à pandemia, e isso obviamente tem impacto nas políticas que esses estados seguiram”.
Ricardo Braga
Situação nos estados e no DF
Segundo dados do consórcio de imprensa divulgados nesta quinta, a situação das Unidades da Federação em relação à Covid-19 é a seguinte:
- Subindo (6 estados): AP, ES, MA, PR, RJ e RR
- Em estabilidade (16 estados): AC, AL, AM, BA, CE, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PI, RN, SE, SP e TO
- Em queda (4 estados e o Distrito Federal): DF, PB, RO, RS e SC
Com informações do G1 e do Congresso em Foco