
O Brasil bateu um novo recorde no número de mortes pela Covid-19 no fim da terça-feira (9). Foram 1.972 pessoas que perderam a vida nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). O número foi maior do que o registrado nos Estados Unidos, país em primeiro lugar no total de óbitos. Entre os norte-americanos, foram 1.947 mortes, segundo dados do Our World in Data, projeto liderado pela Universidade de Oxford.
O recorde foi impulsionado pelo aumento da contaminação no Sul e Sudeste. O Estado de São Paulo registrou 517 mortes pela Covid-19 na terça, número mais alto desde o começo da pandemia. Nessas regiões, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado com mais óbitos, com 275, seguido por Paraná (206), Santa Catarina (108) e Rio de Janeiro (95). Ceará e Bahia também tiveram números expressivos, com 108 e 103 óbitos respectivamente.
Os EUA acumularam 527.699 mortes, enquanto o Brasil, em segundo lugar no ranking, perdeu 268.370 vidas para a Covid-19 até a noite de terça. No entanto, não é a primeira vez em que o Brasil passa os EUA em número de óbitos. Isso vem ocorrendo nos últimos cinco dias.
Vacinação contra a Covid-19 lá e cá
Um dos motivos para isso é o processo de vacinação em massa nos EUA. Alcançando a média de 2,1 milhões de pessoas vacinadas por dia, o país já administrou 90,2 milhões de doses segundo o Our World in Data. Já o Brasil, que vive o pior momento desde o início da pandemia, tem apenas 4,1% da população vacinada com uma única dose do imunizante.
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A previsão não é de melhora com o país perto de um colapso no sistema de saúde. A pneumologista Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse na terça-feira que este mês deverá ser “o março mais triste de nossas vidas”. Com o ritmo acelerado de transmissão, a previsão é de que o Brasil atinja 300 mil mortos no final do mês ou no início de abril.
Ao G1, o epidemiologista Airton Stein, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), avaliou que a pandemia foi pior sentida nos países com mais desigualdade, como o Brasil, mesmo que fossem ricos – caso dos EUA.
“É uma situação muito complexa, mas isso ficou mais exposto nos países onde tem falta de estrutura de bem-estar social – não apenas sistema de saúde, mas de apoio para aquelas populações vulneráveis e, principalmente, com um número muito grande de vulneráveis”, disse.
11 milhões de infectados
Ainda nesta terça-feira, foram identificados 70.764 novos casos da doença, elevando o total oficial para 11.122.429.
A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 127,7 no Brasil, a 20ª mais alta do mundo, quando desconsiderados os países nanicos San Marino, Liechtenstein e Andorra.
Em números absolutos, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais infecções, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 28,7 milhões de casos, e da Índia, com 11,2 milhões. Mas é o segundo em número absoluto de mortos, já que mais de 527 mil pessoas morreram nos EUA.
Ao todo, mais de 117,4 milhões de pessoas já contraíram oficialmente o coronavírus no mundo, e 2,6 milhões de pacientes morreram.
Com informações da DW Brasil e G1