
A rotina do cemitério municipal Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus, assusta quem observa de longe. Com o dobro de enterros por dia, é possível ver coveiros carregando caixões sem proteção e caixões dispostos lado a lado com famílias aglomeradas.
O cenário é preocupante, principalmente porque Manaus é o epicentro da epidemia do novo coronavírus no Amazonas, estado com maior taxa de incidência.
A conduta nos enterros contraria o documento com recomendações do Ministério da Saúde, que exige distanciamento mínimo de dois metros durante a cerimônia de enterro e rigor nas medidas de etiqueta respiratória.
Sob a condição do anonimato, funcionários do cemitério informaram à Folha que há pelo menos 50 enterros diários desde o último domingo (12), o dobro do ano passado de acordo com os registros da prefeitura.
Nessa quarta, o Amazonas registrou mais 70 casos do novo coronavírus. O estado soma 1.554 casos confirmados, com 106 mortes.