
Estudo divulgado nesta quarta-feira (4), na COP26, em Glasgow, Escócia, mostra que as emissões de gases do efeito estufa devem aumentar 4,9% em 2021. O aumento fará com que o patamar retorne praticamente ao nível pré-pandemia.
A estimativa é do centro de pesquisas Global Carbon Tracker, formado pelas universidades de Exeter e East Anglia, no Reino Unido, e Stanford, nos EUA, e é mais um sinal de que o mundo está indo na contramão dos objetivos traçados no Acordo de Paris.
O estudo mostra que, embora as emissões tenham caído 5,4% em 2020, devido à redução da atividade econômica por conta da pandemia da covid-19, as emissões devem retornar ainda este ano aos níveis medidos em 2019.
O Acordo de Paris estabelece como meta manter o aquecimento global neste século “bem abaixo” de 2ºC na comparação com os níveis pré-industriais, mas hoje a comunidade internacional já trata um aumento de no máximo 1,5ºC como objetivo.
No entanto, para não ultrapassar esse valor, um relatório divulgado pelos centros de estudos Future Earth, Earth League e World Climate Research Programme, também na COP26, diz que o mundo precisa reduzir as emissões em 50% até 2030 e zerá-las até 2040.
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“Esse relatório mostra que estabilizar em 1,5ºC ainda é possível, mas apenas com soluções drásticas e imediatas. Os líderes mundiais precisam estabelecer objetivos agressivos para redução de emissões”, comentou Wendy Broadgate, diretora da Future Earth.
Ainda assim, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), um aquecimento de 1,5ºC já causaria impactos “irreversíveis” no planeta, que precisa de políticas para se adaptar ao aumento nos eventos climáticos extremos.
“Ainda que o mundo intensifique os esforços para reduzir emissões de gases do efeito estufa, o crescimento dos impactos climáticos supera por muito o nosso esforço de adaptação”, disse a agência.
Com informações do Opera Mundi