
Estudantes, militantes políticos e artistas de todo o Brasil se reúnem no ginásio Nilson em Nelson para o 44º Congresso da União dos Estudantes Brasileiros Secundaristas (CONUBES). Com o objetivo de pensar nos desafios da educação brasileira e definir os rumos da mobilização juvenil, o encontro transforma Brasília em palco para o maior movimento estudantil de toda a América Latina.
De acordo com os organizadores do evento, são esperados cerca de oito mil jovens e adolescentes durante os quatro dias de Congresso.
Nesta sexta-feira (13), estudantes, líderes e personalidades políticos se reuniram para debater pautas de necessidade para manunteção e a garantia do pleno e igualitário acesso ao ambiente escolar da educação no País.
Divido em seis eixos — Escola Livre e Democrática, Meio Ambiente, A Juventude Negra e Viva na Escola, Chega de Assédio, Nínguem Tira o Trono do Estudar e Escola, Trabalho e Comida —, as plenárias se “debruçaram” para propor medidas e propostas para o futuro da educação, além das críticas a gestão desastrosa do governo de Jair Bolsonaro (PL).
“A educação brasileira não deve ser, nunca mais, deixada de lado como Bolsonaro ousou deixar. Ele nos tirou orçamento, tirou nossa bandeira e colocou militares para pressionar nossos estudantes. É nosso dever tomar de volta tudo que nos foi tirado”, declarou o ex-senador PCdoB e ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda. Segundo ele, eleger o pré-candidato a Presidência da República, Lula (PT), é tomar o “verde e amarelo” dos bolsonarismo.
O ex-senador discursou durante a plenária “Escola, Trabalho e Comida”, que debateu sobre as perspectivas de uma juventude estudantil que foi atingida pelo agravamento da desigualdade no Brasil.
Para Rodrigo M. Hita, presidente da Fundação Eduardo Magalhães, a coalização dos movimentos de estudantes e militâncias interpartidárias é o “amanhecer após tempos de obscurantismo” e a “perspectiva de um futuro prospero para a sociedade”.

“Esse congresso é fundamental para reafirmar a nossa mobilização diante do momento crítico que estamos vivendo. Após enfrentarmos a pandemia da Covid-19 e o sucateamento da educação, estamos aqui, nos reunindo e se manifestando em prol de um futuro lindo e próspero para todos nós. É, sem dúvida, um amanhecer após tempos de obscurantismo”, afirmou em entrevista para o Socialismo Criativo.
Laura Rodrigues, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Katerine Oliveira; dirigente nacional da Unidade Popular (UP); Marco Antônio Campanella, do jornal Hora do Povo; e o vereador de Maricá, Hadesh (PT) também participaram da plenária.
Ato político na Explana dos Ministérios
Às 16h, estudantes e militantes se deslocaram do ginásio rumo à Explanada dos Ministérios. Segundo estimativas da UBES, cerca de cinco mil manifestantes caminharam pelo Eixo Monumental.

Ao som de batucadas e gritos, as ruas do Planalto Central foram “inundadas” pelo “Fora Bolsonaro”. Com a bandeira da União da Juventude Socialista (UJS) em mãos, Carla Pereira, de Salvador (BA), afirmou que deixar a sua cidade e família para protestar na capital federal é um “dever de todos”.
“Deixei a minha casa para lutar pelo país que eu quero. É o meu dever, assim como de todos, de mostrar que os brasileiros não querem mais Bolsonaro no poder. Não quem mais a educação destruída e em pedaços. Queremos um futuro!”, proclamou durante a marcha.
A estudante baiana ainda reafirmou: “O voto é secreto, mas eu não sou. Aqui é Lula 2022!”, gritou, fazendo sinal de “L” com os dedos.
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Eleições da UBES
O Conubes também tem como objetivo a eleição de um(a) novo(a) presidente(a) da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. A UJS, principal força do movimento de estudantes, indicou a cearense Jade Beatriz para encabeçar o movimento “Eu Só Quero É Ser Feliz”.
Aluna de cursinho pré-vestibular e integrante do coletivo de teatro Polarizar, Jade é hoje vice-presidenta regional da Ubes no Ceará.
Se a chapa da UJS for vitoriosa, ela vai suceder Rozana Barros no comando da maior entidade estudantil do País, tornando-se a décima mulher — e a quarta negra —, a presidir a Ubes.
Ubes
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) é uma entidade que representa estudantes de ensino fundamental, médio, técnico, Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e pré-vestibular do país. O movimento, que iniciou suas atividades em 1948, tem como objetivo ampliar a voz da juventude na sociedade e unir as reivindicações por educação pública, gratuita e de qualidade.