
Para tentar conter os desmandos de Jair Bolsonaro (sem partido), o Congresso já prepara a volta de suas atividades para meados de julho. Diante do agravamento da crise entre Executivo e Judiciário, setores da Câmara e do Senado dão como certo que o avanço das investigações relacionadas ao inquérito das “fake news”, no Legislativo, deve provocar novos choques institucionais com o governo Jair Bolsonaro.
A expectativa é que o retorno também impeça o “livre expediente” do presidente na Esplanada, enquanto os parlamentares têm dificuldade de articular, às distância, qualquer reação às ações do Executivo.
Câmara
A ideia conta com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem falado abertamente sobre essa possibilidade.
“Não é simples, mas acho que devemos começar a avaliar neste mês para que no mês de julho a gente possa tomar a melhor decisão. Vamos ter que pensar com muito cuidado e estudar os protocolos, além de fazer testes e aferir temperatura, ver o que faremos com parlamentares do grupo de risco. O mês de julho me parece mais adequado, com todos os protocolos. São dados que ainda precisamos organizar para ver o nível de contaminação do nosso universo”, disse.
Nos bastidores, a discussão tem sido capitaneada principalmente por senadores da “velha guarda”, como o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL).
“É imperioso retomar as sessões presenciais. Com distanciamento, votação em gabinetes, poucos assessores, mas com a tribuna aberta. Precisamos engrossar o respaldo ao Judiciário no combate ao racismo, fascismo e ‘fake news’. Lavar as mãos é função dos cidadãos, não das instituições”, escreveu.
Avanço das investigações
O esforço também tem um viés político. Os congressistas estão preocupados com novos capítulos da crise institucional, que, segundo eles, deve retornar com mais força assim que o Judiciário avançar contra aliados do governo. Na visão desses senadores, a única forma de parar os ataques de Bolsonaro contra o Judiciário é o retorno do Congresso.
Com informações do Valor.