
A compra do Twitter pelo magnata Elon Musk movimentou as redes sociais no último mês. O acordo para a venda foi firmado em 25 de abril em um negócio avaliado em cerca de US$ 44 bilhões.
O assunto continua a render debates — e memes —, sobre o futuro da rede social. Além disso, há também o grande questionamento de vários usuários: como o Twitter rende tanto dinheiro para ser adquirido por quase US$ 50 bilhões?
Em primeiro lugar, a rede social não é muito lucrativa. De acordo com a CNN, nos últimos dois anos, a plataforma deu prejuízo de US$ 1,6 bilhões. Ele tem um modelo de negócios semelhante ao de outras redes sociais, mas alcance consideravelmente menor — o que explica, ao menos em parte, por que o site não vai tão bem assim.
Há 217 milhões de pessoas no Twitter. O Instagram, por sua vez, tem mais de dois bilhões de usuários, e o Facebook, mesmo perdendo popularidade nos últimos tempos, continua com 1,9 bilhões. A rede social do passarinho azul é utilizada por muita gente influente, como políticos e famosos, e se destaca nos debates públicos, mas não atrai tantos anunciantes.
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Segundo a CNN, esse é o maior ‘entrave’ que o Twitter perpassa e o impede de gerar maior lucratividade.
E como as redes sociais fazem “grana”?
A maneira mais comum das redes sociais gerarem receita é vendendo anúncios e impulsionando contas e publicações. Aqueles textos e imagens indicados como “promovidos” no Twitter, por exemplo, aparecem para mais usuários conforme a quantia paga pelo anunciante.
Essa é a principal fonte de renda para a plataforma: gerou US$ 1,41 bilhões do total de US$ 1,57 bilhões obtidos no último trimestre, o que equivale a 90% da receita da rede.
A publicidade é, claro, personalizada. A ideia é que propagandas de hambúrgueres não apareçam para pessoas vegetarianas, ou que vestidos de formatura para mulheres aposentadas. À medida que você fornece dados, faz parte de determinados grupos ou curte e compartilha certos conteúdos nas redes sociais, o algoritmo sabe quais interesses você pode ter, o que pode comprar e se faz ou não parte do público-alvo de um anunciante.
Depois da publicidade, a principal fonte de renda do Twitter vem do licenciamento de dados, conhecido como “firehose”. Ele consiste na venda dos dados públicos das redes sociais para empresas que analisam tendências e ajudam marcas a entenderem como elas são vistas pelas pessoas — e como seus produtos e serviços são recebidos.
Quanto mais usuários uma rede social tem em mãos, melhor funciona esse modelo de negócios. Por isso, o Twitter sai em desvantagem. Seu tamanho menor é refletido em seu valor de mercado: apesar de ter sido comprado por US$ 44 bilhões, na verdade ele vale US$ 36 bilhões — contra os US$ 583 bilhões do Facebook.
E o futuro?
É esperado que Elon Musk mexa no funcionamento do Twitter — talvez ele diminua a moderação de conteúdo, altere a verificação de perfis, torne público o algoritmo da plataforma ou possibilite a edição de posts. Mas também se especula que ele faça alterações pensando em tornar a plataforma mais rentável.
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Isso pode incluir o corte de gastos — diminuindo a equipe responsável pela moderação de conteúdo na plataforma, por exemplo —, a adoção de uma estratégia para atrair mais usuários e anunciantes para a plataforma ou até a venda do acesso ao Twitter.
Com informações da BBC e CNN