
Pouco antes de expirar o prazo dado pela Justiça, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) se apresentou na sede Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, para receber uma tornozeleira eletrônica. Ela chegou por volta das 15h, quando o limite se esgotava às 17h da quinta-feira (8) e ficou pouco mais de 10 minutos para cumprir os trâmites para uso do dispositivo.
No dia 18 de setembro, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, aceitou um pedido do Ministério Público e determinou que a deputada usasse a tornozeleira. Na última quinta-feira (1º), Nearis destacou que a intimação fosse feita até mesmo fora do horário de expediente, “se necessário com auxílio da força policial”.
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Sem localizá-la, a magistrada intimou a parlamentar na noite da última terça-feira (6), em um prazo de até 48 horas. O Tribunal de Justiça alegava que oficiais não conseguiam ter acesso à deputada em Niterói, onde ela mora, nem em Brasília, onde trabalha.
Após acatar a decisão da Justiça, Flordelis (PSD-RJ) promoveu uma live nas redes sociais. Na transmissão ao vivo, ao comentar sobre sua situação, a parlamentar afirmou que “a volta por cima vai chegar”.
“Eu queria dar uma satisfação a você. Continue me apoiando, quem está orando por mim, continue orando. Deus vai mudar o quadro e a situação”, afirmou a deputada, que cantou músicas evangélicas por cerca de 30 minutos. Nas imagens, não foi possível ver a tornozeleira eletrônica.
Flordelis e o assassinato do marido
A parlamentar, os sete filhos e uma neta figuram como réus na morte do pastor Anderson do Carmo, assassinado em Niterói, em junho do ano passado. Flordelis é acusada de ser a mandante do crime, mas não foi presa por ter imunidade parlamentar.
No entanto, um processo por quebra de decoro está em andamento em Brasília, o que pode acarretar na perda de seu mandato. O relatório da Corregedoria da Câmara dos Deputados afirma que Flordelis não conseguiu provar que ela não quebrou o decoro parlamentar e recomendou o envio do processo da deputada para o Conselho de Ética.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já recebeu o processo pedindo pela cassação do mandato da deputada.
Atividades políticas
Mesmo apontada como autora do crime, a deputada segue em atividade parlamentar e lançou a amiga e seu braço-direito na Câmara, em Brasília, como candidata a vereadora na capital na eleição municipal de novembro. Paula Neves Magalhães de Barros, a Paula do Vôlei, concorre pelo mesmo partido de Flordelis. Até 14 de agosto, Paula estava nomeada no gabinete da parlamentar, com salário de 7,5 mil reais, e deixou o cargo para disputar o pleito.
Paula do Vôlei faz parte de um projeto político organizado por Flordelis e pelo senador Arolde de Oliveira, presidente regional do PSD, de lançar candidatos em vários municípios do estado do Rio. Eleita deputada federal com 196.959 votos em 2018, Flordelis planejava disputar as prefeituras do Rio ou de São Gonçalo, na Região Metropolitana, até o caso vir à tona
Com informações da Veja, G1 e Istoé
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