
Levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que 44,7% das cidades brasileiras podem ficar sem medicamentos do chamado “kit intubação” ainda nesta semana. Ou seja, dos 5.568 municípios, ao menos 1.141 está em situação crítica no pior momento da pandemia.
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A coleta dos dados foi feita entre os dias 29 a 31 de março e 2.553 responderam ao questionário (45,9%). Outros 7,1% dos ouvidos no levantamento não deram respostas especificamente sobre este ponto questionado.
Nessa quarta-feira (31), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que cabe ao município adquirir os medicamentos usados na intubação de pacientes, mas por conta da situação vivida no país é importante a participação da pasta para conduzir essa política. Segundo o ministro, estão sendo feitas negociações com a indústria nacional e internacional.
Fechamento de leitos
Com a escassez de medicamentos, algumas cidades brasileiras estão fechando leitos de UTI. Em São Paulo, ao menos duas cidades transferiram pacientes que precisavam de intubação, embora tenham à disposição equipe, camas e equipamentos, mas faltam remédios.
Oxigênio
A pesquisa também avaliou o risco de desabastecimento de oxigênio, problema que vem se expandindo desde a crise de oferta desse insumo em Manaus (AM) em janeiro deste ano. Ao todo, 625 prefeituras responderam que temem a falta de oxigênio para o atendimento a pacientes com Covid-19, número que representa 24,5% da amostra.
Medidas de isolamento
Outro ponto levantado pela pesquisa foram as medidas de distanciamento para combater a circulação do coronavírus. Entre os ouvidos, 948 disseram ter implementado o fechamento de atividades não essenciais, o equivalente a 37,1%. Outros 1.580 afirmaram não ter optado por tais ações, o que corresponde a 61,9%.
Já a restrição de atividades aos fins-de-semana foi colocada em prática por 2.246 prefeituras, ou 88% dos entrevistados, enquanto 300 municípios não fizeram uso deste recurso, ou 11,8% dos ouvidos.
Sobre o toque de recolher, 82,2% (2.098) informaram que adotam a medida para restringir a circulação de pessoas à noite. A medida não foi adotada por 448 prefeituras, o que corresponde a 17,5%.
“A CNM espera que esses dados possam ser utilizados de forma a auxiliar os municípios brasileiros neste momento de extrema dificuldade e ações concretas sejam realizadas para mitigar os problemas nos sistemas de saúde de todo o país.”
Pesquisa CNM
Com informações do UOL e Agência Brasil