
Com Plinio Teodoro
Eleito vereador em 1989 após deixar o Exército em ato de insubordinação, Jair Bolsonaro (sem partido) construiu um império juntamente com três dos cinco filhos, Flávio, Carlos e Eduardo, na carreira política. A escalada espetacular da riqueza do clã do presidente da República levanta diversas suspeitas sobre a fortuna e o patrimônio que acumularam.
Após a quebra de sigilo de Carlos – o segundo da família, depois de Flávio, investigado em esquema de corrupção das rachadinhas -, o Ministério Público revelou que o clã movimentou pelo menos R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo nos últimos 24 anos.
Corrigido pela inflação, o valor chega da R$ 2,95 milhões, segundo reportagem do jornal O Globo nesta quarta-feira (1º).
De acordo com a investigação, Carlos movimentou grandes quantias de dinheiro em espécie durante seus seis mandatos como vereador no Rio de Janeiro.
Em documentos, o MP cita pelo menos três situações que se enquadram na prática citada: em 2003, Carlos pagou R$ 150 mil em espécie na compra de um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio; em 2009, o vereador entregou R$ 15,5 mil, também em espécie, para cobrir um prejuízo que teve na bolsa de valores; e no último ano, Carlos declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter R$ 20 mil em espécie guardados em casa.
Quebra de sigilos do filho “zero três”
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. A determinação foi do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na investigação sobre a contratação de funcionários ‘fantasmas’ e no esquema das ‘rachadinhas’ no gabinete do filho 03 de Jair Bolsonaro. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados.
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Pela primeira vez desde o início da investigação, há dois anos, o MPRJ levanta a possibilidade de um esquema de “rachadinha” no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara de Vereadores.