
Parlamentares e lideranças da oposição destacaram a incoerência do discurso presidencial transmitido na noite desta terça-feira (23), em rede nacional. No dia que o Brasil registrou 3.251 óbitos pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que em “nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes para combater o coronavírus”.
Para políticos da oposição, o mandatário mais uma vez fugiu de suas responsabilidades, usando o pronunciamento para tentar se reinventar, mas ainda assim faltou o básico: anunciar diretrizes eficazes e incentivar medidas de isolamento social.
Presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira elencou omissões de Bolsonaro e destacou: “O presidente perdeu a chance de se mostrar como um verdadeiro chefe de Estado em seu discurso.”
Também pelas redes sociais, o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) afirmou que o avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil deixa claro que discurso presidencial é falacioso. O parlamentar também relembrou absurdos defendidos e incentivados por Bolsonaro.
‘Não consegue assumir responsabilide’
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) também enfatizou que Bolsonaro ‘não consegue assumir responsabilidade’ diante do pior momento da pandemia. Para o socialista, o presidente foi a rede nacional para ‘fingir, mentir, e culpar os outros’.
Em outra postagem, Molon reforçou ainda que o grande responsável pela nova variante de Covid-19, que surgiu em Manaus após colapso na saúde, é o presidente. “Negar a pandemia, atrasar a vacinação e não coordenar as ações de saúde nacionalmente causou esse caos!”, afirma.
‘Cinismo puro’
Reforçando o posicionamento do colega de partido, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA) classificou o discurso como ‘cinismo puro’.
Cinismo também foi a palavra utilizada por Guilherme Boulos (PSOL) para descrever discurso presidencial. Para o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Brasil ‘tem vacinas hoje APESAR’ de Bolsonaro’. Ele destacou também que o presidente demorou 405 dias e quase 300 mil mortes para afirmar que se solidariza com aqueles que perderam alguém para a Covid-19.