
O governo federal deve mudar a sede da Cinemateca Brasileira, de São Paulo para Brasília-DF. A coluna Radar, escrita por Robson Bonin na Veja, antecipa que o senador Izalci Lucas (PSDB-MG), foi escalado para ajudar na empreitada e buscar um novo local para a entidade.
É mais um capítulo das divergências encampadas pelo governo Bolsonaro contra a Fundação Roquette Pinto, responsável pela gestão da cinemateca. A batalha conta com investidas de Marcelo Alves, chefe do Turismo, e Mário Frias, que substituiu Regina Duarte na Cultura.
“É um patrimônio nosso, né. Estou tentando identicar um local para poder disponibilizar ao Ministério do Turismo. Vamos encontrar uma forma de buscar patrocinadores para não pesar para o Estado. Temos o CCBB do Banco do Brasil, por exemplo, e outras opções de lugares dentro do patrimônio público da União”, disse Izalci, como registra a coluna.
Abandono da cinemateca pelo governo federal

O imbróglio é grande. Ainda neste mês de julho, no dia 15, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) entrou com uma ação na Justiça contra a União por abandono da Cinemateca Brasileira.
A cinemateca tem o maior acervo documental em audiovisual da América Latina, reunindo 120 anos de história e identidade brasileiras, que demandam cuidados especiais. Sem contrato para gestão desde dezembro de 2019, o órgão está fechado por falta de segurança. Há risco de incêndio, falta de vigilância, além de atrasos nas contas de água e luz, e de salários dos funcionários.
Muito do material em rolos de filmagem contém nitrato, substância que pode entrar em combustão espontânea.
De dezembro para cá, o acervo tem sido cuidado pela Roquette. Com isso, o governo federal acumulou uma dívida acima de R$ 14 milhões com a fundação, que vem cobrando a fatura.
Vaquinha para salvar o acervo
Em SP, os poderes locais se mobilizam para salvar o acervo. Nessa segunda-feira (20) houve o anúncio de que vereadores já arrecadaram R$ 680 mil por meio de uma vaquinha. Na última semana, a prefeitura de SP e a Câmara Municipal se propuseram a pagar as contas atrasadas para ajudar a manter o acervo.
Com informações de Veja e Uol