
Chile, México e Costa Rica foram os primeiros países da América Latina a iniciar a vacinação contra a Covid-19, nesta quinta-feira (24), enquanto o Brasil segue como uma das poucas nações do continente que nem sequer têm uma previsão oficial para o início da campanha de imunização.
As primeiras 10 mil doses da vacina contra o coronavírus fabricada pelos laboratórios Pfizer/BioNTech chegaram ao Chile nesta quinta, e uma auxiliar de enfermagem de 46 anos foi a primeira a ser vacinada. O país fechou um contrato para comprar 10 milhões de doses da vacina da Pfizer e vai começar atendendo aos profissionais de saúde.
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“Quando alguém toma a vacina, está protegendo não apenas a si próprio, como as pessoas que ama, sua comunidade e seu país”, afirmou o presidente chileno, Sebastián Piñera, que foi ao aeroporto acompanhar a chegada do primeiro lote. A vacinação no Chile será voluntária e gratuita para os 18 milhões de habitantes -o governo pretende vacinar 80% da população no primeiro semestre de 2021.
O México recebeu 3.000 unidades da vacina da Pfizer na quarta-feira (23). Na manhã desta quinta, uma enfermeira de 59 anos recebeu a primeira dose.
“Hoje é o princípio do fim da pandemia”, comemorou o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard. O México registrou 120.311 mortos por Covid-19 -é o quarto país do mundo em óbitos, só perde para Estados Unidos, Brasil e Índia.
“Estou um pouco nervosa, mas muito feliz. É o melhor presente que eu poderia ganhar em 2020, me dá mais segurança e mais ânimo para seguir na guerra contra o inimigo invisível”, disse a enfermeira mexicana María Irene Ramírez, a primeira a receber a vacina no país.
Na América Latina e no Caribe, houve 14,9 milhões de infecções pelo novo coronavírus e 490 mil mortes.
Uma mulher de 91 anos, moradora de um lar de idosos, foi a primeira pessoa a ser vacinada na Costa Rica, também nesta quinta. O país iniciou a campanha pelos asilos.
“É um momento muito importante para nosso país”, disse o presidente Carlos Alvarado.
A Argentina recebeu nesta quinta um carregamento de 300 mil doses da vacina russa, a Sputnik V, e o governo anunciou que a vacinação começará na semana que vem. Informou também que o país receberá mais 5 milhões de doses em janeiro.
A vacina obteve autorização para uso emergencial na quarta-feira -foi o primeiro país a aprovar esse tipo de autorização ao imunizante russo.
Vacinação no mundo
No mundo, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita, Rússia, Israel e Suíça já começaram a vacinar a população. Nos Estados Unidos, onde morreram mais de 360 mil pessoas, mais de 1 milhão de americanos já receberam a primeira dose da vacina em dez dias de campanha.
No Brasil, a Fiocruz anunciou que a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford começará a ser entregue ao Ministério da Saúde a partir de 8 de fevereiro. Mas o secretário da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, não informou uma data para o início da vacinação.
Em audiência pública na Câmara na terça-feira (22), Medeiros disse que a pasta receberá ao menos 150 milhões de doses no primeiro semestre. Desse total, estão incluídas as vacinas do Butantã, da Pfizer e da AstraZeneca.
Serão 100,4 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca, 46 milhões da Coronavac -a aquisição de mais doses está sendo negociada- e 8 milhões de doses da Pfizer.
Entre essas vacinas, a única que já obteve autorização emergencial em outros países foi a da Pfizer. Mas o secretário admitiu que o Brasil ainda nem fechou contrato para comprar as vacinas da farmacêutica americana -disse que as negociações do Brasil com a Pfizer estão avançadas e o contrato em processo de finalização.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que, na pior das hipóteses, a vacinação começaria em fevereiro. “Previsão nossa, como sempre, final de janeiro na melhor hipótese, indo até meio de fevereiro, final de fevereiro, numa pior hipótese. Estamos caminhando forte para poder termos vacina de várias matizes e entrega o mais rápido possível”, disse.
O ministro já deu outras declarações, entretanto, dizendo que a vacinação poderia começar em dezembro deste ano ou em janeiro ou março de 2021.
O governador de São Paulo, João Dória, chegou a anunciar para 25 de janeiro o início da vacinação com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã e a Sinovac. No entanto, o governo de São Paulo adiou a divulgação dos dados sobre a eficácia do imunizante.