
Desde o início do ano até 16 de novembro, 30% do Pantanal foi atingido pelas queimadas históricas que consumiram o bioma em 2020. Levando em conta só o Pantanal mato-grossense, esse número chega a 40%. O fogo no bioma atingiu principalmente áreas de floresta e sub-boques, segundo informações da Folha de São Paulo.
De acordo com um estudo da ONG ICV (Instituto Centro de Vida), mais de 2,1 milhões de hectares de Pantanal foram atingidos pelas chamadas neste ano. Juntando-se áreas da Amazônia e do cerrado presentes em Mato Grosso, o total queimado chegou a 8,5 milhões de hectares, uma área mais de 50 vezes maior que a cidade de São Paulo.
Leia também: Brasil encerra 2020 com maior número de queimadas em uma década
Mas, mesmo com os recordes de fogo para o Pantanal, a Amazônia foi o bioma que mais queimou no estado, com mais de 3,2 milhões de hectares afetados pelas queimadas.
Segundo a reportagem, a análise mostra que na Amazônia o fogo também se concentrou em áreas de floresta e recém-desmatadas, categorias que juntas somam 55% dos incêndios. Áreas de pastagens e savanas aparecem em seguida, com 39% das queimadas.
Assim como os desmatamentos no estado, as queimadas se concentraram em propriedades particulares, áreas que estão registradas no CAR (Cadastro Ambiental Rural), as quais, portanto, podem ter seus donos facilmente identificados. O estudo identificou 3,96 milhões de hectares queimados em áreas particulares.
Algo a se destacar é que desde 1° de julho até 16 de novembro as queimadas estavam proibidas no estado. O governo federal instaurou uma moratória do fogo, por decreto, a partir de 16 de julho, mas o estado já havia se adiantado e proibido a prática no começo do mês.
Depois das propriedades privadas, aparecem as áreas não cadastradas em segundo lugar com maior área queimada, seguido por terras indígenas. O parque Nacional do Xingu, na Amazônia, foi a terra indígena mais afetada pelos incêndios (224 mil hectares incendiados).
Os primeiros meses de 2020 também já apresentavam números de queimadas superiores ao padrão, o que aumentava o alerta de uma estação seca possivelmente fora do padrão. E foi o que aconteceu.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do seu governo costumam minimizar crimes ambientais como queimadas e desmatamento, muitas vezes inclusive questionando a existência deles, apesar dos dados produzidos e disponibilizados diariamente pelo Inpe, um órgão governamental.
Com informações da Folha de São Paulo
1 comentário