Sob pressão de prefeitos, os deputados do bloco já sinalizou que não darão os votos necessários e tem o aval do presidente Jair Bolsonaro nessa articulação

Pressionado por prefeitos e com o aval do presidente Jair Bolsonaro, o Centrão já se movimenta para barrar o adiamento das eleições municipais. A proposta de Emenda à Constituição que muda a data das disputas por causa da pandemia do novo coronavírus foi aprovada na terça-feira (23) no Senado, mas ainda precisa passar pela Câmara.
Pelo calendário atual, as datas para as eleição municipais são em outubro, porém, a emenda adia as eleições para 15 de novembro, o primeiro turno, e para o 29 do mesmo mês onde houver uma segunda rodada.
Segundo os parlamentares do bloco, postergar o julgamento das urnas em 42 dias não garante que a pandemia seja controlada nesse período. No entanto, a resistência pode ter outro motivo: muitos calculam que jogar as eleições para 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, beneficia a oposição.
Os prefeitos por trás da pressão aos parlamentares argumentam que adiar a corrida eleitoral favorece os adversários porque a pandemia dificulta o debate político, facilitando para quem já está no cargo levar vantagem.
Não há consenso
Os partidos Progressistas e Republicanos, integrantes do Centrão, já se manifestaram contra a nova data das disputas municipais e o PL também tende a seguir esse caminho. Diante do impasse, o DEM está dividido e o MDB liberou a bancada para votar como bem entender.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu dificuldades para o adiamento das eleições. “Não há consenso. A única certeza é que a gente precisa dialogar mais sobre isso e espero que a gente consiga organizar essa votação”, disse ele.
Sem o aval do Centrão, a proposta corre o risco de ser derrubada, já que o bloco controla aproximadamente 200 dos 513 votos da Casa. Maia ainda não marcou a sessão virtual para apreciação do texto.
Aliança pelo Centrão
O Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro quer criar, não pode participar das eleições deste ano porque ainda não conseguiu as assinaturas necessárias para sair do papel. O presidente afirmou que não se envolverá na campanha, mas a ideia é que seus aliados apoiem candidatos do Centrão.