
O governador do Espírito Santo, Renato Casa Grande (PSB) declarou ser contra o adiamento das eleições municipais, marcadas para outubro deste ano.
Diante das propostas de adiamento da corrida eleitoral por causa dos efeitos sociais e econômicos da pandemia de covid-19, Casagrande disse que, neste momento, a suspensão do pleito não é pauta prioritária.
“Adiamento de eleições não pode entrar em pauta. Não tem razão de discutir agora. Estamos a mais de seis meses da eleição. Temos que vencer essa crise antes da eleição, com antecedência, se não o Brasil não aguenta. O calendário eleitoral está colocado”, disse ao Valor.
Mesmo com o movimento de parlamentares no Congresso, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, já se manifestou contra o adiamento das eleições.
Ademais, termina no dia 4 de abril os prazos para troca partidária. Paralelo a isso, as cúpulas de muitos partidos já se preparam para realizar as convenções partidárias, entre 20 de julho e 5 de agosto, onde ocorrem as escolhas de candidatos.
De acordo com o calendário eleitoral, as campanhas começam em 16 de agosto.
Campanha eleitoral nas redes
O forte uso das redes socais nas eleições de 2018, inclusive com peso relevante na vitória de Jair Bolsonaro abre precedente para que as ferramentas virtuais auxiliem no pleito de 2020, como argumenta Casagrande: “Hoje em dia muita coisa é feita pela rede social e pela tecnologia que está à nossa disposição”.
Cooperação
Casagrande participa, nesta quarta-feira (26), de reunião entre Bolsonaro e os e os governadores das regiões Sul e Sudeste, entre eles os ex-aliados e hoje desafetos do presidente, João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio.
Mesmo com o ambiente propício a ânimos exaltados, pelo recente confronto de Bolsonaro com a maioria dos governadores, Renato Casagrande aposta na cooperação, especialmente pelo cenário de forte crise econômica.
O socialista defendeu ações em conjunto, lembrando que estamos apenas na primeira semana de quarentena.“ É preciso que a gente aja em conjunto, porque ninguém vai suportar um confinamento desse por muito tempo”, disse.
Para Casagrande o momento é de contenção do vírus “para a vida poder ir voltando ao normal”. “Isso vai exigir a ajuda de todo mundo, da direita, da esquerda, do centro e até dos reacionários”, ressalvando que não haveria reacionários apenas de direita, mas em ambas pontas do espectro político, conforme registra o Valor.