
A onda de direita que ganhou impulso na eleição municipal de 2016 e virou um tsunami em 2018 com Jair Bolsonaro perdeu força este ano, afirma reportagem da Folha de S. Paulo. Segundo analise, os candidatos favoritos nas capitais tendem a estar mais à esquerda e ao centro do que os atuais prefeitos.
Os dados foram retirados do GPS Ideológico, ferramenta da Folha que monitora o debate político no Twitter, atualizada neste mês. Os perfis são posicionados numa reta, do ponto mais à direita ao mais à esquerda, considerando o perfil dos seguidores das contas.
A reportagem também comparou a posição dos atuais prefeitos com a dos primeiros e segundos colocados nas capitais, de acordo com os resultados dos institutos Datafolha e Ibope.
Em 11 capitais, os líderes nas pesquisas de intenção de voto estão mais à esquerda do que o atual prefeito. Na outra ponta, apenas seis candidatos favoritos estão mais à direita do que o atual mandatário.
O caso mais emblemático é o de Porto Alegre, onde a líder Manuela D’Ávila (PCdoB) é 38 pontos mais à esquerda na escala ideológica do que o prefeito atual, Nelson Marchezanjr (PSDB). A candidata lidera a preferência dos eleitores com 27%, segundo o Ibope.
Outro ponto negativo para a ala direitista é que os seus candidatos tendem a estar mal posicionados nas pesquisas do Datafolha e do Ibope. Considerando as pesquisas mais recentes, candidatos mais à direita precisariam de grandes arrancadas para chegar ao segundo turno e serem competitivos.
“Está claro que não há grande movimento para a direita. A conclusão pode ser que vai ficar mais ou menos como estava antes, ou então que vai haver movimento para a esquerda”, afirma o cientista político Cesar Zucco, da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas, da FGV-RJ.
Com informações da Folha de S. Paulo