
Nesta quarta-feira (18), a campanha de Donald Trump fez uma transferência de US$ 3 milhões – o equivalente a R$ 16 milhões no câmbio atual – para cobrir a recontagem de votos das eleições presidenciais em dois condados de Wisconsin. O democrata Joe Biden venceu no estado por uma margem superior a 20 mil votos, abocanhando os dez delegados de Wisconsin no Colégio Eleitoral.
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A candidatura do republicano, no entanto, vem apontando que foram cometidas “graves irregularidades” nesses dois condados, de tendência democrata, embora não tenha apresentado nenhuma evidência de fraude. As autoridades eleitorais do estado, por sua vez, apontam que não registraram nada anormal na eleição.
Regras locais
Mesmo assim, os republicanos pagaram pela recontagem nos condados de Milwaukee e de Dane, e o processo deve ser iniciado nesta quinta-feira (19). Nos dois condados selecionados para recontagem, Biden recebeu 577.455 votos, e Trump, 213.157.
Pelas regras de Wisconsin, uma campanha pode solicitar recontagem se a diferença de votos entre os candidatos for inferior a 1% no estado. Na última contagem, a vantagem de Biden era de 0,7%.
Se a diferença for superior a 0,25%, o solicitante tem que pagar a conta da nova apuração. Se a equipe de Trump tivesse solicitado uma recontagem em todo o estado, o preço seria superior a US$ 7 milhões. A recontagem nos dois condados deve ser concluída até 1º de dezembro.
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“A população de Wisconsin merece saber se os seus processos eleitorais funcionaram de maneira legal e transparente”, disse o advogado da candidatura de Trump em Wisconsin, Jim Troupis. “Lamentavelmente não se pode confiar na integridade dos resultados eleitorais sem uma recontagem nesses dois condados e sem a aplicação uniforme dos requisitos de votação, ausente em Wisconsin. Não saberemos os verdadeiros resultados da eleição até que apenas os votos legais sejam contados.”
Tática já foi usada por Trump, sem sucesso
Historicamente, recontagens de votos em Wisconsin – e nos Estados Unidos em geral – resultam em muito poucas mudanças no resultado final. Uma recontagem solicitada em Wisconsin nas eleições de 2016 pela candidata do Partido Verde, Jill Stein, acabou rendendo a Trump apenas 131 votos adicionais.
E mesmo que Trump venha a conseguir reverter a vitória de Biden em Wisconsin, o democrata continuará a contar com um número suficiente de votos no Colégio Eleitoral para poder tomar posse em 20 de janeiro. O presidente teria de reverter os resultados em pelo menos três estados para ganhar a eleição, o que, segundo analistas, seria algo sem precedentes.
Uma recontagem já está em andamento na Geórgia, onde Biden está 14 mil votos à frente. O resultado das eleições serão divulgados no dia 14 de dezembro.
Com informações da Deutsche Welle Brasil