
A Câmara dos Deputados lançou, na tarde da terça-feira (28), o curso Mulheres na Política, para elucidar conceitos como eleições proporcionais, quociente eleitoral e coligações, além de explicar como funcionam as candidaturas coletivas para cargos do Poder Legislativo.
Durante as aulas, será possível aprender sobre estratégias de comunicação, uso de mídias sociais, formação de rede de apoiadores, construção de credibilidade e combate à desinformação, sempre tendo em vista as peculiaridades de uma campanha a ser realizada por mulheres. O curso tem duração total de oito horas e é aberto a qualquer mulher, principalmente àquelas já filiadas a algum partido político.
Abertura do curso
Uma das idealizadoras do curso é a primeira-secretária da Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ). Durante a live que marcou a abertura da iniciativa, ela destacou que se trata de uma ferramenta para estimular e dar suporte às mulheres que pensam em dar voz a suas causas.
“As mulheres se movimentam de forma diferente dos homens. Muitas vezes, os homens vêm para a política por uma disputa por poder. A mulher vai para politica motivada por causas”, disse a deputada, que é a primeira mulher a ocupar a Primeira-Secretaria da Casa.
Coordenadora-geral da Secretaria da Mulher, a deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO) reforçou a concepção de que o curso faz parte de um conjunto de estratégias para aproximar a mulher da política.
“Temos hoje a maior representação feminina da história da Câmara, porém ainda estamos sub-representadas”, afirmou, lembrando que as mulheres são maioria na população brasileira. “Há estados que ainda não têm deputada, e muitas câmaras de vereadores ainda não possuem mulheres”, acrescentou.
Obstáculos
A especialista em Ciência Política Giovana Perlin ressaltou alguns obstáculos que ainda tornam desigual a disputa eleitoral entre homens e mulheres. Entre as dificuldades apontadas estão diferenças no financiamento das campanhas; a ausência de mulheres em posições estratégicas, inclusive nos próprios partidos; e peculiaridades da vida da mulher, como cuidados com filhos e a casa.
Como exemplo dessa disparidade entre os gêneros, Giovana citou o fato de até 2012 o Senado não possuir um banheiro feminino no Plenário. “Nem nossos mestres, que pensaram toda Brasília, conseguiram pensar que mulheres poderiam representar o povo brasileiro”, lamentou.
Mulheres na Política
Segundo dados compilados pela Inter-Parliamentary Union – uma associação dos legislativos nacionais de todo o mundo – no Brasil, pouco mais de 10% dos deputados federais são mulheres. Atualmente, o Brasil ocupa o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela associação, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de Ilhas Polinésias.
Inscrições
Interessadas em fazer o curso Mulheres na Política devem acessar a página da Escola Virtual de Cidadania da Câmara dos Deputados. Por ser totalmente a distância, cada inscrita poderá fazê-lo quando, onde e como quiser.
Com informação da Agência Câmara de Notícias