
Durante sessão na Câmara da Espanha realizada na terça-feira (23), deputados de diferentes ideologias, do conservador PP ao independentista CUP, se uniram contra o partido de ultradireita Vox após a sigla negar a existência de violência machista no país.
De acordo com reportagem do El País, tudo começou com uma proposta de lei chamada de “violência intrafamiliar”, apresentada pelo Vox com o propósito declarado de “desfazer e corrigir os abusos da lei de violência de gênero”. A intenção do partido é denunciar que as leis contra a violência de gênero violam “direitos civis” e “discriminam os homens”.
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Os grupos de esquerda, então, planejaram uma resposta conjunta: ler todos o mesmo texto de condenação, recusar-se a entrar em discussão com o Vox e se revezar na leitura dos nomes das vítimas.
A Casa irrompeu em uma longa e estrondosa ovação após a deputada socialista Lidia Guinart terminar a leitura dos nomes das 1.081 mulheres assassinadas desde 2003, em que os grupos de esquerda e nacionalistas se revezaram. O Partido Popular (PP) e o Cidadãos, conservadores, preferiram não participar da iniciativa, mas apoiaram claramente com aplausos a demonstração da rejeição.
“Em memória das 1.081 mulheres assassinadas desde 2003 no Estado, e diante daqueles que tentam negar a realidade, de nosso grupo queremos dizer em alto e bom som que a violência machista tem gênero”, leu Mireia Vehí, da CUP, antes de iniciar a citação dos primeiros nomes.
Ao final do debate, toda a Câmara ficou de pé, com exceção da bancada do Vox, e explodiu em um aplauso de mais de dois minutos. “Foi um dos momentos mais emocionantes que vivi nesta Câmara”, disse Joan Baldoví, do Compromís —coligação valenciana com pauta ecologista.
Com informações do El País