
A participação das mulheres na ciência acaba de ganhar mais um grande incentivo. A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (15) o Projeto de Resolução 9/21, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que cria o Prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger.
A premiação será anual e concedida pela Câmara a três cientistas que se destacaram por suas contribuições para a pesquisa científica nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas. A proposição foi promulgada em seguida.
A indicação das candidatas ao prêmio poderá ser feita por qualquer membro do Congresso Nacional até o dia 30 de abril de cada ano, com relato detalhado sobre a atuação da indicada na pesquisa científica e suas contribuições para a ciência no Brasil.
Importância de Amélia para a ciência
Amélia Império Hamburger (1932-2011) foi uma física, professora, pesquisadora e divulgadora científica brasileira. Graduada pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, concluiu em 1960 o mestrado na Universidade de Pittsburgh (EUA) e foi coautora de artigo científico publicado no primeiro número da revista Physical Review Letters, de 1958. Além de outras conquistas, participou da criação da Sociedade Brasileira de Física.
Conselho julgador
Após as indicações, um conselho decidirá qual será premiada. Esse conselho será composto pelo segundo-secretário da Câmara, pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher; pelo presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática; e por um representante de cada partido político atuante na Câmara dos Deputados.
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Os trabalhos serão presididos pelo segundo-secretário, mas, na sua ausência, o conselho poderá escolher o presidente para os trabalhos do dia. Em 90 dias da publicação da resolução, a Mesa Diretora editará um regulamento para a concessão do prêmio.
Entre as proibições, está a indicação de parlamentares do Congresso Nacional ou de pessoas físicas a eles vinculadas ou de servidoras públicas lotadas no Congresso, assim como de pessoas físicas enquadradas na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 64/90) ou na Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92).
Mulheres na Ciência
Alice Portugal, autora do projeto, lembra que mulheres cientistas lideram pesquisas inovadoras em todo o Brasil, mas elas representam apenas 10% dos pesquisadores em ciências exatas, segundo pesquisa realizada entre 2013 e 2014 pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo entre os membros da Academia Brasileira de Ciências.
“Mas infelizmente ainda estamos no rol das colaboradoras. Temos grandes dificuldades em mostrar e valorizar o trabalho das mulheres cientistas”, afirmou Alice Portugal.
No Brasil, importante estudo das professores Hildete Pereira de Melo, do Departamento de Economia
Universidade Federal Fluminense, e da professora Ligia M. C. S. Rodrigues, do Centro Brasileiro de Pes
Físicas, publicado pela SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em 2006[1] – revelou quem foram as cientistas pioneiras do país.
“A ciência é andrógina e branca, a matriz eurocêntrica. Isso foi o que nos moveu”, esclareceram as professoras à revista Carta Capital sobre o que as levou a dar visibilidade às mulheres à frente da ciência do Brasil, que é, em geral, muito
recente.
Quem são as pioneiras da ciência do Brasil?
O estudo das professoras reuniu as brasileiras que contribuíram para o desenvolvimento da ciência no nosso país. Confira quem são as nossas científicas.
Maria Josephina Matilde Durocher (1809-1893)
A médica psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999)
A física Neusa Amato (1926-2015)
A física Sonja Ashauer (1923-1948)
A matemática Elza Furtado Gomide (1925-2013)
A matemática Marília Chaves Peixoto (1921-1961)
A economista Maria da Conceição de Almeida Tavares (1930-*)
A psicóloga Carolina Martuscelli Bori (1924-2004)
A historiadora Alice Piffe Canabrava (1911-2003)
A historiadora Eulália Maria Lahmeyer Lobo (1924-2011)
A química Blanka Wladislaw (1917-2012)
A agrônoma Johanna Döbereiner (1924-2000)
A agrônoma Victória Rossetti (1917-2010)
A parasitologista de fama internacional Maria José von Paumgartten Deane (1917-1995)
A bióloga Marta Vannucci (1921-*)
A bióloga Ruth Sonntag Nussenzweig (1928-2018)
A bióloga e ativista feminista Bertha Lutz (1894-1976)
A botânica Graciela Maciel Barroso (1912-2003)
Autorreforma e a igualdade de gênero
Para os socialistas, a igualdade de gênero é uma base absolutamente necessária para a construção e afirmação de um Brasil próspero, sustentável e justo. Essa base tem efeitos multiplicadores para o desenvolvimento de uma democracia econômica, social e política substantiva.
O livro 4 da Autorreforma tem um capítulo específico para tratar das ideias de como dar condições iguais para homens e mulheres.
Para o PSB, cujo Movimento de Mulheres Socialistas já tem duas décadas de existência, o protagonismo feminino é um imperativo: “igualdade de condições, nem mais, nem menos”. Essa luta tem como lema
Mais Mulheres no Poder, e é travada em várias frentes.
Autorreforma PSB
Com informações da Agência Câmara e CartaCapital