
Um homem cuja identidade não foi revelada pelas autoridades, que tem licença de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) para andar armado, matou a ex-esposa e o filho de um ano dela a tiros de fuzil em plena luz do dia numa movimentada avenida do Parque São Rafael, na Zona Leste de São Paulo. A mulher tinha acabado de sair de uma escolinha infantil onde pegou a criança que morreu e um outro filho, de três anos, que ficou ferida, cujo pai é o assassino.
Imagens de câmeras de segurança mostram o homem parando um Fiat Mobi cinza na rua José de Araújo Vieira, próximo ao carro da antiga companheira, um Fiat Uno branco. Ele dá vários tiros no veículo, mas a vítima consegue arrancar. No entanto, baleada, ela bate em um poste, momento em que o criminoso vai até a janela com a arma longa, no meio da rua, e dá vários outros tiros nela e nas crianças que estavam junto. O filho do casal também foi baleado e encaminhado para Hospital Santa Marcelina.
O assassino sai andando, enquanto as pessoas, assustadas, se escondem, já que a via é muito movimentada. Ele teria tirado a camisa e dito a populares que “poderiam chamar a polícia para prendê-lo em flagrante”, enquanto segurava o fuzil e o documento que o autorizava a portá-lo.
Ao ser detido, em meio à confusão, a arma longa foi levada por uma pessoa que a polícia não sabe se se trata de um comparsa ou apenas alguém que viu a oportunidade de pegá-la e assim o fez. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da criança que foi hospitalizada.
Filho de CAC dispara na própria cabeça e morre
Em julho deste ano, um menino de 9 anos morreu após encontrar a arma que o pai, um homem de 32 anos com registro de CAC, mantinha em casa, deixada em cima de um armário na cozinha, e disparar acidentalmente contra a própria cabeça. A tragédia ocorreu em Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo, na noite de segunda-feira (11).
A mãe da criança contou aos policiais que registraram a ocorrência que, enquanto assistia à TV, o filho disse que ia comer algo na cozinha. Neste momento, pai do garoto estava deitado no quarto, descansado. O casal informou que minutos depois escutou o estampido do tiro e correu até o cômodo, encontrando o menino deitado no chão sobre uma poça de sangue. Eles ainda tentaram socorrê-lo levando-o até um hospital da região, mas já era tarde.
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No seu depoimento na Delegacia Sede de Ferraz de Vasconcelos, o responsável pela criança e dono da pistola disse que sempre deixava a arma em locais diferentes e inacessíveis ao filho e que, ao colocar a arma em cima do armário, a deixou sem uma munição na câmara e com a trava de segurança acionada. Ele disse crer que o menino tenha acionado o mecanismo de engatilhar a pistola, assim como a destravado, e que possivelmente aí ocorreu o disparo.
O pai afirmou ainda que nunca ensinou o filho a mexer na arma e que em várias oportunidades a mostrou a ele e explicou que se tratava de um objeto perigoso, que jamais deveria ser manuseado.
O delegado responsável pelo caso determinou a realização de uma perícia no local do fatídico episódio e registrou a ocorrência como homicídio e omissão de cautela conforme o estatuto do desarmamento.