
Mulheres dos cinco continentes estão reunidas em Caracas na I Brigada Feminista Internacional Alexandra Kollontai, que começou na sexta (17) e vai até 27 de junho. O objetivo do encontro é trocar experiências sobre a organização comunitária de mulheres e o feminismo popular.
São 29 mulheres de 20 países, entre eles Cuba, Argentina, Espanha, Itália, Brasil, Turquia, EUA, Palestina e África do Sul, que viajarão por cinco estados venezuelanos conhecendo comunas e outras organizações populares dirigidas por mulheres.
“Entendemos que a missão fundamental dessa Brigada será debater sobre o conceito do feminismo popular revolucionário, porque entendemos que o feminismo também é um espaço de luta em disputa. Portanto queremos encontrar-nos com mulheres que constroem organizações territoriais na Venezuela, em defesa da soberania, dignidade e apostando por um feminismo de caráter socialista”, afirma Laura Franco, uma das organizadoras do evento.
Franco destaca como desde a ascensão de Hugo Chávez como presidente e agora com o governo de Nicolás Maduro, o processo de transformações sociais na Venezuela, chamado Revolução Bolivariana, tem um caráter feminista.
Leia também: Brasil de Bolsonaro é contra a vida das mulheres
“A Revolução Bolivariana tem rosto de mulher. Elas ocupam os principais postos de condução do poder popular na Venezuela. O imperialismo estadunidense identifica que é a mulher venezuelana o motor e a base social de apoio da Revolução, por isso tenta com uma série de ataques desmoralizar, despolitizar e desanimar as mulheres acreditando que assim poderia concretizar os planos de derrubada do governo. O que demonstramos é que isso não vai acontecer”, afirma a militante feminista venezuelana.
Desde 2015, a Venezuela sofre um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos que gera um prejuízo anual estimado em US$ 30 bilhões e provocou a retração de 60% do Produto Interno Bruto do país em seis anos.
O evento é promovido pela Assembleia Internacional dos Povos, o Instituto Simón Bolívar para a Paz e Solidariedade e faz parte do programa de formação feminista “Manuela Sáenz”.
O nome da Brigada Internacional busca homenagear os 150 anos de Alexandra Kollontai, quem foi comissária do povo para o bem-estar social (espécie de ministra) durante a União Soviética. Em 1917, foi a primeira embaixadora soviética, em 1924, na Noruega, e é uma referência mundial do feminismo socialista.
Com informações do Brasil de Fato