
A sociedade brasileira começa a dar sinais reais de que está assustada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e percebeu que seu governo é perigoso e risco à vida. É o que mostram os dados da pesquisa exclusiva da Exame/Ideia divulgada pela revista nesta sexta-feira (22).
O levantamento mostrou que apenas 26% dos brasileiros aprovam a gestão Bolsonaro. Há uma semana este índice era de 37%. Esta é a maior queda na avaliação semanal de presidente desde o início do governo, segundo a pesquisa.
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A avaliação dos brasileiros sobre da crise sanitária do país, especialmente a tragédia do Amazonas e Pará onde morreram pacientes em hospitais públicos por falta de oxigênio, foi detectada pelo levantamento. A desaprovação ao governo saltou para 45%.
A desaprovação do presidente é maior entre as pessoas de maior renda e mais escolaridade: entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, 58% não aprovam o governo. No grupo dos que têm ensino superior, 64% desaprovam.
A pesquisa feita pelo telefone em todas as regiões do país, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento revela que a decepção com o presidente é grande. O percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom caiu de 38% para 27%. Do mesmo modo, o grupo que avalia a gestão Bolsonaro como ruim ou péssima subiu de 34% para 45%.
A aprovação do presidente, segundo a pesquisa Exame/Ideias, é maior entre os que moram no Centro-Oeste e os evangélicos. Entre os que vivem no Centro-Oeste, 36% aprovam o governo. Nas outras regiões, esse índice varia de 22% a 27%. Entre os evangélicos, 38% apoiam o governo. Entre os católicos, 20%. Outras religiões, 23%.
“A dinâmica dos sérios problemas em Manaus junto a falta de perspectivas sobre um cronograma de vacinação e o fim do auxílio emergencial constituem os principais fatores que levam à queda de popularidade do presidente”, diz Maurício Moura, fundador do Ideia.
Rejeição a Bolsonaro e também a Pazuello
A pesquisa Exame/Ideia também perguntou sobre como a população avalia o trabalho do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Enquanto 28% dos entrevistados consideram o trabalho do ministro como bom ou ótimo, outros 32% consideram a gestão de Pazuello ruim ou péssima. Outros 33% avaliam como regular.
Os dados mostram que a avaliação do ministro é melhor do que a do presidente Bolsonaro (27% consideram bom ou ótimo; 45% acham ruim ou péssima). “A população com menos instrução geralmente não sabe quem são os ministros, mas conhecem o presidente. Por isso, o governo federal tende a ser mais responsabilizado em momentos de grave crise”, diz Moura, do Ideia.Impeachment.
Líder do PSB na Câmara, o deputado Alessandro Molon (RJ) pediu um basta às ações do mandatário em seu perfil no Twitter. “Cada vez mais brasileiros rejeitam Bolsonaro, graças à sua gestão criminosa no enfrentamento da pandemia. Basta!”.