
Jovens de treze capitais brasileiras participaram, nesta sexta-feira (25), da Greve Global Pelo Clima organizada pela Marcha Mundial por Justiça Climática e por brasileiros que integram a Fridays for Future (FFF). Os protestos ocorreram em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Manaus, Belém, Cuiabá, Curitiba, Natal e Recife.
Com o tema “Ruína ou revolução”, a mobilização ocorreu também em outras seis cidades brasileiras: Santo André, Volta Redonda, Altamira, Mossoró, Viamão e Pelotas. De acordo com a organização a mobilização ocorreu em 1000 cidades em 80 países.
Em Brasília, o ato se concentrou em frente ao Congresso Nacional. A principal reivindicação é que líderes mundiais “parem com suas negociações supostamente ‘verdes’ e tomem atitudes ‘honestas e eficientes'”.
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O comunicado da organização também pede que governos e empresas do norte do planeta reparem os danos climáticos que o modelo socioeconômico capitalista já provocou.
“Vivemos sob um sistema em que os 1% mais ricos da população mundial são responsáveis pelo dobro da poluição produzida pelos 50% mais pobres”, afirma Roberto Ferdinand, coordenador da Marcha Mundial por Justiça Climática.
Ferdinand chama a atenção para a necessidade de acabar com as emissões de gases do efeito estufa em 100% até 2030. Para cumprir essa meta, a humanidade tem apenas oito anos.
“Mas nós não estamos diminuindo as emissões. Estamos aumentando. Caminhamos para subir em quatro graus a temperatura média do planeta”, lamenta.
A situação coloca em risco a vida de 4 bilhões de pessoas. “Hoje vivemos com a possibilidade que a civilização se extinga. Isso está absolutamente no cenário”, alerta.
Brasil precisa parar retrocessos
As pautas mais urgentes no cenário brasileiro é a da demarcação de terras indígenas e a não aprovação da tese do Marco Temporal. Além da reversão do desmonte do Ibama, ICMBio e da Funai e a implementação de políticas públicas para a prevenção de desastres ambientais.
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Os manifestantes brasileiros pedem, ainda, a suspensão de Projetos de Lei (PLs) que estão tramitando na Câmara dos Deputados que compõem o chamado “pacote da destruição”. São eles: os PLs da mineração (191/2020), do veneno (2.699/2002), da grilagem (2.633/2020 e 510/2021), do marco temporal (490/2007) e do não licenciamento ambiental (3.729/2004).
Greta e a origem da Greve pelo Clima
Conhecida em todo o mundo como ativista ambiental, a jovem sueca Greta Thunberg iniciou sozinha o movimento. Em agosto de 2018 ela sentou em frente ao parlamento de seu país com um cartaz com a frase: “Greve escolar pelo clima”.

Greta repetiu o protesto por três semanas todos os dias e compartilhou suas ações nas redes, alcançando grande repercussão global. A mobilização ganhou grandes proporções e engajou milhares de estudantes. Inicialmente na Europa.
No mês seguinte, cria-se o movimento Fridays for Future (FFF), que definiu as sextas-feiras como dias de protestos e logo se espalhou pelo mundo. Assim, o movimento convoca a Greve Global pelo Clima.