
A enfermeira brasileira Áurea de Souza é gerente-geral de um asilo no sudeste de Londres e supervisiona o atendimento a 52 idosos. Agora, a brasileira e seus colegas estão entre as primeiras pessoas elegíveis à recém-aprovada vacina contra o Covid-19, que começa a ser aplicada no Reino Unido nesta terça-feira (8).
Em entrevista à BBC News Brasil por telefone, ela oscila entre otimismo e cautela sobre a tão esperada fórmula que pode frear a pandemia que já matou mais de 1,5 milhão de pessoas
A enfermeira brasileira Áurea de Souza, de 38 anos, chegou à Inglaterra em 2006 “sem falar uma palavra” em inglês. Quatorze anos depois, é gerente-geral de um asilo no sudeste de Londres, administra uma equipe de dezenas de profissionais e supervisiona o atendimento a 52 idosos.
“No começo eu fiquei um pouco apreensiva, porque pensei: ‘Como é que acharam uma solução tão rápida para um vírus tão novo?’. A gente fica com um pouco de medo”, diz a brasileira.
“Mas eu acredito que essa é a nova forma de viver, não vai ter para onde correr. E, também, se é para os meus velhinhos terem oportunidade de ver a família… Porque é muito difícil para eles”, ela continua, citando a tristeza dos idosos que, depois de meses totalmente isolados, hoje só podem ver parentes através de barreiras de acrílico em uma sala especial.
Na semana passada, o Reino Unido se tornou o primeiro país do mundo ocidental a aprovar uma vacina contra o novo coronavírus para uso generalizado na população.
Vacina com 95% de proteção
Segundo o órgão regulatório britânico MHRA, a vacina Pfizer/BioNTech, que oferece até 95% de proteção contra a covid-19, é segura. Com o sinal verde, o país já encomendou 40 milhões de doses dessa vacina – o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas.
Segundo o cronograma do governo, os primeiros a receberem doses serão funcionários e residentes de casas de repouso e asilos, pessoas com mais de 80 anos e funcionários da linha de frente do sistema de saúde pública.
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