
O Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1,5 mil mortes diárias causadas pela Covid-19, segundo a média móvel de sete dias divulgada pelo boletim Monitora Covid, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Desde o início da pandemia, 266.614 brasileiros morreram vítimas do coronavírus. Na segunda-feira (8), foram registrados 1.525 óbitos, 51% a mais do que a média observada há um mês (1.010 mortes) e 45% acima dos óbitos de 14 dias antes (1.052 registros).
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O boletim da Fiocruz também indica alta de mortes diárias, segundo a média móvel, há 13 dias consecutivos. O número atual está 39% acima do patamar máximo registrado no ano de 2020 (1.096 mortes em 25 de julho). Esse tipo de média leva em consideração dados dos últimos sete dias e ficou em 1.540 nesta segunda-feira (8) com 1.114 novas mortes nas últimas 24 horas. Na última semana, 10.778 óbitos pela doença foram registrados no país, o maior número desde o início da pandemia.
O número de casos diários confirmados da Covid-19, de acordo com a média móvel de sete dias, também está em um patamar alto. Nesta segunda foram registrados 66.380 casos, segundo nível mais alto desde o início da pandemia, ficando abaixo apenas do número do dia anterior (66.869). O número de casos registrados na segunda é 41% superior ao observado 14 dias antes (46.921 casos) e 46% acima do notificado um mês antes (45.536).
Reação do governo para comprar vacinas
Os números de mortes de brasileiros por Covid-19 em constante crescimento fizeram o ministro da Economia reagir. Paulo Guedes disse na manhã da segunda-feira (8) que a Pfizer antecipará o cronograma e entregará 14 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 até junho.
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Segundo apurou o Estadão, a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na reunião com a Pfizer para a compra de vacinas foi uma reação à movimentação dos governadores de organizarem um pacto nacional para fazerem o combate à pandemia do coronavírus.
Dados da Covid-19 coletados pela imprensa
Além da Fiocruz, os dados sobre a pandemia do coronavírus são do consórcio de veículos de imprensa formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. As informações são coletadas junto às secretarias estaduais de Saúde. O número de casos, de acordo com o consórcio de imprensa, chegou a 11.055.480, com 36.923 novos diagnósticos confirmados nas últimas 24 horas. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 9.782.320 pessoas recuperadas da doença.
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O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
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Em São Paulo, 121 óbitos foram registrados na segunda-feira. O estado registrou o maior número de novas internações. Ao todo, foram 15.141 pacientes hospitalizados em leitos de enfermaria e UTI das redes pública e privada entre 28 de fevereiro e 6 de março. O número de mortes ficou em 113 no Rio Grande do Sul e em 102 na Bahia, Estados que lideraram hoje junto com São Paulo as estatísticas absolutas de letalidade.
Cuidados para evitar a Covid-19
A principal recomendação de profissionais de saúde que acompanham a pandemia da Covid-19 é simples, mas eficiente: lavar as mãos com sabão após usar o banheiro, sempre que chegar em casa ou antes de manipular alimentos.
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O ideal é esfregar as mãos por algo entre 15 e 20 segundos para garantir que os vírus e bactérias serão eliminados.
Se estiver em um ambiente público, por exemplo, ou com grande aglomeração, não toque a boca, o nariz ou olhos sem antes ter antes lavado as mãos ou, pelo menos, limpá-las com álcool. O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato.
Também é importante manter o ambiente limpo e mantê-lo higienizado com soluções desinfetantes nas superfícies como, por exemplo, móveis e telefones celulares.
Para limpar o celular, pode-se usar uma solução com mais ou menos metade de água e metade de álcool, além de um pano limpo.
Com informações da Agência Brasil, do Estadão e da BBC Brasil