
Antagonizando com o discurso do ‘Brasil quebrado’ do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governo adotou medidas ao longo da pandemia que ampliam gastos públicos e provocam perdas de arrecadação, inclusive para os próximos anos. As ações, no entanto, são voltadas apenas para as áreas mais ligadas ao bolsonarismo.
Reportagem publicada nessa quarta-feira (6) pela Folha de S. Paulo elencou algumas medidas adotadas pelo presidente, apesar do aperto nas contas públicas, que atendem a demandas de sua base de apoio político, como profissionais de segurança pública.
Em maio, já com o estado de calamidade decretado, Bolsonaro editou uma medida provisória para garantir aumento salarial a policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal, cujos salários são bancados com recursos do Orçamento da União. O custo anual é de R$ 505 milhões, que também se estende para os próximos anos por ser um gasto obrigatório e permanente.
Na mesma semana de maio, o presidente também autorizou a convocação de novos agentes da Policia Rodoviária Federal (PRF). Ação causou o adiamento da sanção do pacote de socorro financeiro a estados e municípios na pandemia.
Em agosto, com a pandemia aprofundada, o governo enviou ao Congresso o Orçamento de 2021 com ampliação de verbas para o Ministério da Defesa para R$ 110 bilhões. No ano anterior, o projeto previa R$ 106 bilhões para a pasta.
Em outubro, o presidente anunciou um corte de imposto sobre videogames, mesmo já tendo sofrido redução no ano anterior. A nova iniciativa baixou a alíquota de 32% para 22% para partes acessórios de consoles e de 16% para 6% no caso de máquinas de jogos com tela incorporada. O impacto é estimado em R$ 36 milhões neste ano e R$ 39 milhões em 2022.
No mês seguinte, foi a vez de uma redução das tarifas de importação de brinquedos. A medida foi criticada por empresários do setor, que temem uma perda de competitividade do Brasil em relação à China.
Em dezembro, o presidente anunciou que o governo decidiu zerar a tarifa de importação sobre armas de fogo, como revólveres epístolas. Essa é a pauta mais defendida pela ala ideológica do seu governo.
Com informações da Folha de S. Paulo
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