
Candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) tenta se vender no segundo turno como candidato moderado, ao mesmo tempo em que pinta Guilherme Boulos (PSOL) como radical. “A esperança venceu o radicalismo no primeiro turno e a esperança vai vencer o radicalismo no segundo turno”, disse.
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A declaração ocorreu na noite deste domingo (15) ao comemorar a liderança no primeiro turno da disputa em São Paulo. “Nosso lado é o lado da tolerância”, disse o prefeito, “mas também é o lado do respeito à lei e à ordem”, continuou. “São Paulo quer eleger um prefeito, São Paulo não quer eleger alguém que seja anti, totalitarista e radical.”
Questionado pela Folha de S. Paulo sobre os motivos de se referir a Boulos como radical, Covas respondeu que era o repórter e não ele quem dizia que o candidato é radical. “Eu só falei que vou vencer o radicalismo.”
O prefeito perderá uma das suas principais vantagens. No primeiro turno, devido à grande coligação, Covas teve a maior parte do tempo de TV, 40% do total. Passada a primeira fase do pleito, terá de enfrentar um adversário em condições de igualdade neste critério – cinco minutos para cada candidato.
Boulos rebate acusação
“Eu vi o Covas falar de radicalismo. Radicalismo, para mim, é gente virar lixo para poder comer, é o abandono do povo. Nós queremos e vamos inverter prioridades, tirar a periferia do abandono”, rebateu Boulos após a declaração de Covas.
Ao comemorar a chegada no segundo turno, o candidato do PSOL também destacou uma campanha feita sem o apoio da máquina pública. “A cidade acompanhou, nós tínhamos 17 segundos na televisão contra quase 4 minutos do atual prefeito. Nós não tínhamos nem temos nem queremos apoio de máquinas do governo federal, do governo estadual e da Prefeitura”, afirmou.
“São Paulo é a terceira cidade no mundo com mais mortes por coronavírus, mas tem hospitais fechados. A periferia está abandonada pelo PSDB. Eu não apareço na periferia de quatro em quatro anos para fazer promessas. As pessoas aqui não são estatísticas, são gente”, disse atacando a gestão de Covas.
Com informações da Folha de S. Paulo